Empregados esgotados pela jornada extenuante de trabalho. Esse é o sintoma predominante dos trabalhadores da Caixa que vêm atuando aos sábados. Mesmo com a reivindicação para suspender a abertura das agências, a Caixa segue com o calendário. As entidades representativas dos bancários criticam a manutenção dessa medida, uma vez que as filas nas agências reduziram consideravelmente. A Caixa também assumiu, em mesa de negociação, o compromisso de empenhar-se para excluir da portaria o calendário de sábado e, para o momento, trabalhar ao menos sábado alternativamente, mas não está cumprindo.

No último dia 12 de setembro, 770 agências abriram em todo país, das 8h às 12h. O atendimento foi feito para os beneficiários do Auxílio Emergencial e do Saque Emergencial do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

Para o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Sergio Takemoto, a Caixa precisa ouvir os empregados. Foram eles que fizeram o pagamento do auxílio emergencial e os saques do FGTS para mais de 100 milhões de brasileiros. “Há tempos que nós da Fenae e o movimento sindical vem questionando a necessidade das agências continuarem abrindo aos sábados. As demandas diminuíram e os dias úteis estão sendo suficiente para atender à população”, afirmou.

O assunto também foi pauta frequente na mesa de negociação da Campanha Salarial 2020. Segundo a Coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa) e secretária de cultura da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT), Fabiana Uehara Proscholdt, a Caixa tem que avançar no que foi debatido em mesa. “O banco disse durante as negociações que trabalharia junto ao governo para alterar a portaria que consequentemente extinguiria o trabalho aos sábados e disse também que a princípio isso poderia ser de forma alternada. Vemos que isso não está acontecendo. E os colegas cada vez mais cansados”, afirmou.

Membro do CEE/Caixa e Federação dos Trabalhadores em Instituições Financeiras de Santa Catarina (FETRAFI-SC), Edson Heemann, ressaltou que o fim da abertura aos sábados é uma reivindicação de toda a categoria. “Os empregados estão relatando a falta do revezamento entre os trabalhadores ou agências e que todos estão muito esgotados. Além disso, os gerentes gerais têm sido chamados para atuar em outras unidades, porém sem qualquer tipo de remuneração ou compensação do dia trabalhado”, afirmou.

Durante a negociação da Campanha Salarial 2020, a Caixa informou que o pedido está em avaliação e o objetivo é adequar as próximas portarias para que não haja a abertura. Até esse momento, a intenção é trabalhar alternadamente até excluir a portaria.

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