A Caixa anunciou para o próximo 16 de maio um grande evento em Brasília, no estádio Mané Garrincha. É o Seleção Caixa: em campo pelo Brasil, que reunirá cerca de seis mil empregados e estrelas de altíssimo cachê (casos, por exemplo, do ex-jogador Cafu e do narrador Galvão Bueno, convidados para palestras motivacionais). Embora o custo total não tenha sido divulgado, o banco informou em nota à imprensa que o valor deve ficar “bem abaixo” de R$ 25 milhões. A representante dos empregados no CA, Rita Serrano, questionou a realização do megaevento nesse momento, quando o banco acaba de lançar iniciativa para redução de custos, o Programa Eficiência.

“Recebi a notícia com estranheza, porque além do programa recém-lançado, existe todo um debate que o Conselho de Administração vem fazendo sobre a necessidade de economia no banco”, afirma Rita, acrescentando que nesse ano já se realizou um encontro da Caixa com seus executivos. Ela protocolou oficialmente sua contrariedade ao megaevento na reunião do CA ocorrida na quinta-feira, 10 de maio, e encaminhou questionamentos à direção do banco. A resposta da Caixa é que o encontro tem como objetivo motivar seus empregados, “valorizar as Pessoas e sensibilizá-las para importância de construir um resultado sustentável”. No entanto, destaca a conselheira, a valorização se daria de fato com mais contratações, melhor infraestrutura de trabalho e respeito aos direitos dos empregados.

Desde 2014, a Caixa passou a contar com 16 mil empregados a menos, foram fechadas 30 agências e outras 100 devem seguir pelo mesmo caminho até setembro; houve fechamento também de áreas internas e, recentemente, anunciou-se teto e limitações para os planos de saúde. “Não há coerência em fazer todos esses ajustes, prejudicar as condições de trabalho e de vida dos empregados, piorar o atendimento, anunciar um programa para reduzir custos em R$ 2,5 bilhões e, ao mesmo tempo, gastar uma quantia extraordinária num evento cuja necessidade é questionável”, avalia Rita.

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