Nesta quarta-feira (17), a direção da Caixa anunciou que foi aprovada a migração dos negócios de Loterias para a Caixa Loterias S.A., sua subsidiária integral. A decisão ocorreu em votação na última reunião do Conselho de Administração, com voto favorável e decisivo do presidente da empresa Carlos Vieira, que faz parte do Conselho.

Entidades que representam os trabalhadores do banco público estão mobilizadas para tentar barrar a mudança. A Fenae está avaliando, com sua assessoria parlamentar e jurídica, medidas para evitar os prejuízos que a transferência das loterias pode causar ao banco e a sociedade em geral.

A nota de divulgação justifica que “a migração conferirá maior foco e contribuirá para o objetivo de modernização do negócio de loterias, expansão do mercado de jogos, diversificação dos produtos e incremento do resultado.”

“Não dá para acreditar no argumento de que só é possível avançar na criação de produtos novos e investimentos em tecnologia se as loterias forem retiradas da Caixa. O fortalecimento das loterias representa, também, o fortalecimento da Caixa”, explicou o diretor-presidente da Apcef/SP, Leonardo Quadros.

Desde o mês passado, quando o Conselho de Administração da Caixa convocou reunião, em caráter de urgência, para debater a proposta de transferência das operações das loterias federais para uma empresa subsidiária, a Fenae e demais entidades representativas dos empregados estão mobilizadas, buscando apoio de parlamentares contra a ação.

Por intermédio da articulação da Fenae com parlamentares, a pedido da deputada Erika Kokay (PT/DF) e do deputado Tadeu Veneri (PT/PR), foi realizada uma Audiência Pública na Câmara dos Deputados, em 3 de abril, sobre o assunto.

A Fenae e a Contraf-CUT encaminharam carta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em que manifestaram posicionamento contrário à ação. Os trabalhadores do banco público também realizaram ato público em Brasília para barrar a medida.

As loterias federais são operadas exclusivamente pela Caixa desde 1962. É justamente a administração centralizada no banco público que viabiliza o cumprimento de seu papel social. Cerca de 40% da arrecadação é destinada para áreas como saúde, seguridade social, esporte, cultura, segurança pública e educação, incluindo programas como o Fies. Apenas em 2023, dos R$ 23,4 bilhões arrecadados, R$ 9,2 bilhões foram direcionados para áreas sociais.

Compartilhe: