A Caixa anunciou uma reestruturação em sua rede, com novo modelo de segmentação de agências e, apesar de promover apresentação sobre o assunto aos empregados, há ainda muitos questionamentos, gerando apreensão e expectativa. O movimento sindical vem buscando esclarecimentos junto a direção, já que consta em aditivo específico ao acordo coletivo que qualquer projeto de reestruturação deve ser debatido com os representantes dos trabalhadores (cláusula 48), o que não ocorreu.

De acordo com a representante dos empregados no CA, Rita Serrano, a pauta da reestruturação não passa pelo Conselho de Administração, onde atua, mas sim pelo Conselho Diretor. Assim, esclarece, não tem como interferir na discussão ou votar na questão, e fazer qualquer avaliação do que pode ocorrer seria apenas preliminar, já que não dispõe de informações suficientes para análise. “Não há detalhamento do impacto da reestruturação ou das fases de seu cronograma, por exemplo”, aponta.

Vidan – No entanto, Rita adianta que questionou a vice-presidência da Vidan (Rede) e a resposta é de que, inicialmente, não haverá mudanças para os 4.025 tesoureiros do banco, muito embora exista estudo sobre alteração da função, mas isso estaria descartado nesse primeiro momento. Com relação às funções gerenciais, a informação é de que ninguém perderia função por conta do novo modelo, de acordo com a Vidan”, explica. Para Rita é preciso ponderar que, se um banco busca reestruturar-se para crescer, a iniciativa é positiva, mas não pode acarretar prejuízo aos empregados nem descaracterizar o papel de uma instituição pública importante como a Caixa.

Bancarização – “Infelizmente, é o que observamos. O banco tenta valorizar o atendimento na área de alta renda, mas sequer tem investimento em tecnologia compatível para isso. Essa já seria uma primeira discussão. Mas acima de tudo temos que ter em mente que o público que sustenta a Caixa e lhe dá credibilidade não é o de alta renda, mas o mais carente”, compara. Não por acaso a Caixa investiu na inclusão dos brasileiros à bancarização em gestões passadas, mas isso não aparece nesse novo projeto. É um caminho que vai na contramão, por exemplo, das inovadoras fintechs que atuam no setor financeiro, e buscam captar clientes no exponencial mercado de desbancarizados, que chega a 45 milhões de brasileiros.

“O que a Caixa faz hoje é tentar adotar o modelo de banco privado no atendimento e na privatização das operações. Mas com isso perde clientes, fica estagnada em algumas áreas e vai deixando seu papel de impulsionador do desenvolvimento do Brasil”, afirma a representante do CA, destacando que, mesmo sem poder interferir nessa pauta, coloca-se à disposição para dialogar sobre esse e demais temas de interesse coletivo dos empregados.

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