De acordo com influente jornal de Brasília, está em discussão, no Conselho de Administração da Caixa, uma proposta de alteração do estatuto do banco. Dentre as mudanças previstas destaca-se o fato de o colegiado – que é composto, em sua maioria, por indicados do Ministério da Fazenda – querer acabar com a prerrogativa de que empregados concursados do banco público ocupem Diretorias-Executivas, a Diretoria Jurídica e o posto de Auditor-Chefe, com a nomeação de “pessoas do mercado”.

Atualmente, o presidente do banco é indicado pelo governo e os vice-presidentes, de acordo com a alteração feita no estatuto ano passado, são nomeados pelo próprio Conselho de Administração após seleção externa. Os demais cargos são ocupados por empregados de carreira, que têm competência e conhecimento para administrar o banco público. “Será mesmo que em meio a mais de 80 mil trabalhadores não há ninguém capaz de dirigir a Caixa?”, questiona o diretor da APCEF/SP Leonardo Quadros. “Será que alguém acredita que uma pessoa oriunda do ‘mercado’ vai, a partir de sua indicação e posterior nomeação na Caixa, passar a se orientar pelo interesse público e não mais pelo dito interesse ‘de mercado’?”, completa.

Essa proposta já havia sido feita por ocasião do debate do Estatuto recém aprovado, em 2017, mas não foi levada adiante. Agora, próximo às eleições presidenciais, o Conselho de Administração faz nova investida. “É previsível que, se determinada instituição financeira tem interesse, por exemplo, no FGTS, irá pressionar o governo para indicar alguém ligado a ela para dirigir essa área. A medida significa, na prática, uma espécie de ‘arrendamento’ das áreas banco público aos concorrentes”, enfatiza Leonardo.

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