O leilão da Lotex, as famosas raspadinhas da Caixa, já tem data marcada: 14 de junho. Segundo o atual secretário de Acompanhamento Fiscal, Energia e Loteria do Ministério da Fazenda, Alexandre Manoel Angelo da Silva, existem quatro empresas interessadas, todas estrangeiras. Isso porque, pelos parâmetros do edital de venda, as empresas nacionais não atendem os requisitos mínimos e a Caixa não poderá participar do leilão. Alexandre acredita que a venda da Lotex terá outorga mínima de R$ 542 milhões.

Hoje, o mercado de loterias movimenta cerca de US$ 300 bilhões por ano no mundo e é dominado por “três ou quatro” grandes operadores, que respondem por 80% do setor, segundo o secretário. No Brasil, gira entre US$ 3 bilhões a US$ 4 bilhões. No entanto, o governo afirma que a venda trará competição neste mercado no país.

Já houve duas reuniões com potenciais compradores da Lotex, a última ocorreu no Rio de Janeiro, dia 17. Na semana anterior, havia sido em São Paulo.

“Este mercado tem grande potencial de crescimento”, declarou o chefe do Departamento de Privatização do BNDES, Guilherme Albuquerque. De acordo com Guilherme, o gasto per capita no Brasil com loterias é de US$ 18, enquanto no mundo é de US$ 40. “O Brasil é um dos maiores mercados inexplorados de loteria instantânea no mundo”, ressaltou.

Na prática, a concessão da Lotex representa a retirada do negócio de loteria instantânea das mãos da Caixa. O banco público, no entanto, manterá as demais modalidades lotéricas.

A Caixa explorou o negócio de loterias instantâneas entre os anos de 1991 e 2015, atingindo uma arrecadação máxima de R$ 191,54 milhões, em 2014. Quase metade da arrecadação da totalidade das loterias é destinada para programas sociais.

A intenção de vender a Lotex foi anunciada logo que Gilberto Occhi, hoje ministro da saúde, assumiu a presidência do banco em 2016. Durante todo o tempo em que foi presidente da Caixa, Occhi disse que o plano era fazer o mesmo com as áreas de cartões e seguros.

O leilão da Lotex é parte do projeto de retomada das privatizações do governo de Michel Temer. Além da Caixa, Correios, Petrobras, Banco do Brasil e BNDES estão na mira. Atualmente, a Eletrobras está em primeiro lugar na fila das privatizações.

O que não afasta o perigo da Caixa, já que a privatização do banco em fatias é uma estratégia anunciada e que, aparentemente, está em pleno andamento.

Compartilhe: