A Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) participou, nesta segunda-feira (4), do lançamento do Comitê Popular de Luta em Defesa da Caixa. Organizado por trabalhadores do banco, o objetivo é debater o papel da Caixa para o país a partir de 2023.

“A gente sabe da importância e do potencial da instituição para retomar o processo de implementação das políticas públicas e de desenvolvimento nacional”, disse a ex-presidente do banco, Maria Fernanda Coelho, presente no lançamento. Ela explicou que a criação dos comitês é uma proposta dos movimentos populares e a intenção é torná-los permanentes. “A ideia é que eles aconteçam nos territórios, nos bairros, nas moradias. Precisamos debater o projeto que a gente quer para a Caixa a partir de 2023, o que precisa mudar, de que maneira a instituição pode contribuir para o novo governo e sobre a Caixa que a gente quer para o país”, destacou.

Representando a Fenae, a diretora de Políticas Sociais, Rachel Weber, falou sobre a importância do banco para a reconstrução do país e o posicionamento da Fenae, desde a sua criação. “Nossa luta é pela defesa da Caixa, dos seus empregados e de um Brasil mais democrático. Não existe um Brasil decente para todos os brasileiros sem a Caixa pública e social. O combate à miséria, à fome, o retorno do pleno Financiamento Estudantil (Fies), a geração de emprego e renda e todas as políticas sociais que a gente quer resgatar, passam pela Caixa”.

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O diretor de Comunicação e Imprensa da Fenae, Moacir Carneiro, elogiou a iniciativa da organização dos comitês e destacou o papel fundamental da Caixa pública nos próximos anos para a retomada do crescimento do país. “Todos os esforços e mobilizações precisam ser feitos para preservar a Caixa 100% pública e social”, afirmou.

Privatização – O objetivo do Governo em privatizar o banco também foi discutido, na ocasião. A conselheira de Administração da Caixa, Rita Serrano, falou sobre as diversas tentativas de privatização do banco desde o PLS 555 (Projeto de Lei do Senado), que abria brecha para a privatização das estatais ao obrigar as empresas públicas a abrirem 25% dos seu capital, até a estratégia da criação de subsidiárias, fatiando o banco, com objetivo de privatizar suas operações. “Para se ter uma ideia, a Caixa passou de três subsidiárias em 2018 para 12, mas se pretende criar mais uma, o banco digital”, informou a conselheira.

Para a conselheira, o banco digital representa um risco para a Caixa. “O banco cria uma instituição financeira, que nasce como subsidiária de nome pomposo de banco digital, para o qual serão repassadas as principais operações da Caixa. O banco não precisa criar uma subsidiária para desenvolver a sua tecnologia ou investir na digitalização. Embora ainda tenha muitos problemas na área tecnológica, a Caixa deu um salto de qualidade durante a pandemia a partir da criação da plataforma digital para conseguir realizar o pagamento dos benefícios sociais”, disse a conselheira, reeleita em fevereiro deste ano com mais de 90% dos votos.

A deputada Erika Kokay (PT/DF), presente no lançamento do comitê, reforçou a crítica à criação das subsidiárias e à gestão do presidente do banco, Pedro Guimarães. “Nós temos um presidente da Caixa que está utilizando a empresa para fazer um palanque eleitoral em cima de dois elementos que construíram a vitória deste governo e a sua metodologia política – a mentira e o ódio”, destacou a deputada, bancária aposentada da Caixa.

“Não podemos permitir que continuem mentindo e utilizando a Caixa como palanque eleitoral para Jair Bolsonaro. Acredito que os comitês devem trabalhar nesse sentido, de denunciar as mentiras utilizando o nome da Caixa, além de criar propostas para o banco. Precisamos levar para o próximo presidente do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva, a Caixa que o povo brasileiro precisa”, opinou a deputada.

 

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