Resistência, ação ou efeito de resistir, de não ceder nem sucumbir. Atitude diária exercida pela população negra no Brasil.

Desde o século XVI, o povo negro resiste ao genocídio patrocinado pelo racismo no país. Dos Quilombos aos Movimentos Sociais, a construção da história deste povo é marcada pela discriminação, violência e segregação, mas, muito mais pela coragem, organização e capacidade de colocar suas pautas em reflexão.

Com uma população formada majoritariamente por 53,9% de pessoas negras, o Brasil ainda falha muito em suas medidas contra a desigualdade e pela justiça racial e social.

Dados recentes do IBGE apontaram que existe uma grande diferença no acesso a níveis de ensino pela população negra: das pessoas na faixa etária entre 15 e 24 anos que frequentavam o nível superior, apenas 12,8% eram negros e 13,4% pardos, enquanto, 31,1% dos estudantes eram brancos.

Ao analisar os dados da última década, entre 2008 e 2018, as taxas de homicídios apresentam um aumento de 11,5% para os negros e, diminuição de 12,9% para os não-negros.

A promoção de políticas públicas com ações afirmativas e cotas para negros e negras são essenciais para a correção das desigualdades historicamente enraizada no Brasil. Essas ações têm uma função ético- pedagógica nas relações inter-raciais.

A Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989, é uma delas, define como crime o ato de praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. Também regulamentou o trecho da Constituição Federal que torna inafiançável e imprescritível o crime de racismo, após dizer que todos são iguais sem discriminação de qualquer natureza. E é preciso que seja, de fato, colocada em prática.

A responsabilidade pela redução das desigualdades no país é primeiramente do Estado, que tem o dever de promover acesso e oportunidades para todos, sem qualquer discriminação.

No Dia da Consciência Negra, 20 de novembro, a Apcef/SP se junta a Contraf-CUT, sindicatos e federações de trabalhadores do ramo financeiro de todo o país para às manifestações pelas redes sociais com a hashtag #VidasNegrasImportam. E, em todos os outros dias, a Apcef/SP está sempre atenta às pautas que envolvem as diversidades e apoia os movimentos negros que buscam com legitimidade por igualdade e justiça.

“Neste dia lembramos da história e das lutas dos nossos ancestrais que foram escravizados e marginalizados. A sobrevivência do povo preto se dá por muita resistência e organização. Essas pautas tão relevantes para a busca da igualdade e da justiça entre os povos, especialmente no Brasil, é o fruto de séculos de enfrentamentos e que ainda não se encerram aqui”, diz o diretor da Apcef/SP, Kardec de Jesus Bezerra.

Sem luta não há conquistas. #VidasNegrasImportam

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