Desde 8 de novembro, os terceirizados da Prodatec aguardam uma atitude da Caixa sobre sua situação. A empresa rompeu o contrato de serviços com o banco, após receber o valor contratual, não depositou os salários dos funcionários, demitiu os gerentes regionais e desapareceu.
A Prodatec prestava serviços de digitação para a gerência de Fundo de Garantia do banco em diversos Estados – São Paulo, Bahia, Rio de Janeiro e Goiás. Só na capital, dos cerca de 550 trabalhadores da Gifug, quase 400 eram contratados da Prodatec.
Em contato telefônico com o superintendente nacional do FGTS (Sufug), Nelson Antonio de Souza, a APCEF/SP apurou que a Prodatec só informou a Caixa sobre a renúncia do contrato às 20 horas do dia 8, por e-mail.
A situação é crítica. Em Salvador, por exemplo, a Caixa anunciou que não vai contratar empresa alguma e os cerca de 100 empregados da Prodatec estão desempregados definitivamente.

• Protesto

Os terceirizados da Prodatec realizaram uma concentração no vão livre do Masp, na capital, na manhã de 11 de novembro, para discutir o problema.
Durante o ato, um advogado do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região prestou assessoria e esclareceu que a Caixa é co-responsável pelos funcionários por ter contratado a Prodatec e, por isso, é necessária a mobilização para regularizar a situação.
Foi definida uma comissão de representantes dos terceirizados que, depois da concentração na Avenida Paulista, seguiram para a porta do prédio da Gifug para manifestarem sua indignação.
À tarde, a Comissão reuniu-se com o gerente de filial e um representante do Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados e Empregados de Empresas de Processamento de Dados do Estado de São Paulo (SINDPD), que anunciou a atitude da entidade de ter entrado com uma ação judicial pelo pagamento dos dias parados e do salário, pela legalidade do movimento e pela preservação do emprego.
A audiência aconteceu no dia 14, mas a ação do SINDPD foi rechaçada pelo fato de afirmar que os trabalhadores estavam em greve, durante os dias em que, na realidade, estavam parados porque não podiam trabalhar.
Ainda no dia 11, os empregados foram para a sede do Sindicato dos Bancários, na capital, onde discutiram o que fazer, já que foi dada entrada na ação judicial antes da Caixa posicionar-se sobre o problema. A entidade colocou-se à disposição dos trabalhadores para prestar toda a assistência jurídica necessária.

• A nova empresa

A sucessora da Prodatec já foi definida: é a Plansul, que presta serviços para a Caixa na região de Campinas. Os funcionários voltaram a trabalhar no dia 16, mas a prestadora não quer responsabilizar-se pelas funcionárias grávidas ou trabalhadores em licença médica.
Todas as operações que envolvem FGTS na Caixa foram prejudicadas. O impacto disso para o banco é enorme, o que fez com que fosse agilizada a contratação de uma nova empresa.
Mas muitos pontos ainda precisam ser acertados, como, por exemplo, o fato de os trabalhadores estarem sem receber e, portanto, terem dificuldade até para chegarem ao local de trabalho. A empresa comprometeu-se a adiantar, no dia 21, o vale-transporte para os funcionários.
“É necessário cobrar uma posição da Caixa sobre os direitos desses trabalhadores e solucionar a questão dos funcionários pelos quais a nova empresa, a Plansul, não quer responsabilizar-se” – disse o diretor Administrativo-Financeiro da Associação, Sérgio Takemoto.
Acompanhe os desdobramentos do caso Prodatec na página da APCEF/SP na internet.

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