Edição: 41
Em 29 de julho, o Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou a elevação da taxa SELIC, antes em 13,75%, agora a 14,25%. Da dívida pública interna brasileira, que alcançou em junho R$ 2,372 trilhões, vinculam-se diretamente à SELIC R$ 511,18 bilhões, ou 19,78% do total. Mas a taxa influencia juros dos demais títulos. Assim, meio ponto a mais representaria, por hipótese, outros R$ 11,8 bilhões de renda transferida aos credores. A taxa a 14,25% proporcionará daqui a um ano, mantidas as estimativas de inflação, ganho real de 8,4%. Boa renda, aliada a sono tranquilo de rentistas.

Mas por que se eleva a taxa SELIC?

Em teoria, taxa mais elevada serve para inibir o consumo pela elevação do custo do crédito, incentivar a poupança e, assim, conter a inflação. Mas o consumo já está contido, pois a demanda – que se pretende reduzir – está reduzida pela contenção da renda, fruto do desemprego em aceleração e perda de ganho dos ainda empregados. A economia brasileira, se observada a tendência para a variação do Produto Interno Bruto (PIB), deve se contrair em 2015 e 2016. Então, por que se eleva a taxa em economia sob recessão? Boa renda, aliada a sono tranquilo de rentistas.

Redução de reajustes

As negociações coletivas acompanhadas pelo DIEESE indicam que menos trabalhadores estão recebendo ganho real. Consideradas para comparação as mesmas categorias, até abril de 2015 registraram-se reajustes acima do INPC em 71,1% das convenções ou dos acordos formalizados (TABELA 2). Abaixo do INPC, portanto perda de renda, somam 13,5% do total. Fato raro, se observados números desde 2011.

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