Edição: 78
Grandes aeroportos brasileiros foram privatizados ou, segundo alguns, cedidos à exploração privada. Contratualmente, as concessionárias devem ao Estado valor pela outorga. A operadora do Tom Jobim (RJ) pendurou em maio a última parcela da fatura, R$ 934 milhões. A operadora do Confins (MG) depositou o valor em juízo. A Invepar, concessionária de Guarulhos, quitou mas chiou. As empresas querem repactuar condições com o Governo Federal. O tímido crescimento da demanda em 2015 (tabela 1) coloca em risco a rentabilidade do negócio. A retração de 2,7 milhões de passageiros de janeiro a maio de 2016, ante mesmo período de 2015, faz do risco quase certeza.

Invepar

A Invepar atua no segmento de mobilidade urbana (metrô), aeroportos e rodovias. A empresa é controlada pela PREVI, PETROS e FUNCEF, cada qual com 25% de participação. O restante é da OAS, que apresentou pedido de recuperação judicial em março de 2015 e terá sua participação oferecida aos credores, sabe-se lá a que valor. Além da indefinição quanto ao sucessor da OAS no negócio, a queda na rentabilidade aeroportuária pode trazer inconvenientes. De toda forma, a empresa declara receita líquida crescente, embora a renda da atividade aeroportuária esteja em 2015 proporcionalmente menor que no ano anterior.

Menos sacolejo, mais turbulência

O brasileiro agora mais voa que roda. Dados da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) registraram 97,5 milhões de viajantes de longa distância em 2003, dos quais 72% por modal rodoviário e 27,9%, aéreo. Em 2015, o número de viajantes subiu a 137,6 milhões, 40% mais. A proporção, no entanto, se inverteu: desse total, 35% se utilizaram de rodovias, enquanto que 64,9% da via aérea.

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