Edição: 9
Há uma semana, o Copom elevou a taxa Selic de 11% para 11,25% ao ano. Pretende desestimular o consumo pelo encarecimento do crédito. Mas a redução do prazo não seria mais eficaz?
Na tabela 1, exemplo de operação de crédito. A hipótese A registra essa operação com a taxa alterada de 12% para 14% ao ano e a nova prestação (mais R$ 2,20, ou 3,38% em relação ao cálculo inicial). Na Hipótese B mantém-se a taxa, mas é reduzido o prazo de amortização de 48 para 36 meses (prestação eleva-se em R$ 17,22, 26,46%).
Melhor alterar prazo. O consumidor avalia a prestação que cabe em seu bolso. A taxa é secundária.

A taxa básica de juros é referência especialmente para a dívida pública e operações de crédito em instituições financeiras. Em teoria, taxa mais elevada provoca a redução da demanda por produtos e serviços, por um lado por incentivar a poupança e, por outro, pelo encarecimento do crédito em financiamentos. Críticos da alternativa de combate à inflação pela elevação da taxa básica argumentam que, com baixo crescimento e demanda contida, a elevação é contraditória. Teriam mais efeito medidas como redução do prazo para contratação de financiamento.
De uma outra forma, detentores de títulos públicos comemoram. Estão nessa situação os chamados investidores institucionais, fundos de pensão entre eles, instituições que aplicam a maior parcela dos recursos garantidores de benefícios nesses papéis, embora nem sempre com rentabilidade diretamente indexada à Selic.
O Tesouro Nacional informa que a dívida pública federal mobiliária interna em setembro de 2014 alcançou R$ 2,183 trilhões. Desse total, 18% correspondem a títulos indexados à taxa Selic. A elevação de 0,25% representa, no montante em Selic, mais R$ 71,1 bilhões.
 

Décimo terceiro: R$ 158 bilhões

O Dieese estima que, em 2014, a economia brasileira receberá R$ 158 bilhões em decorrência do décimo terceiro salário, montante equivalente a 3% do Produto Interno Bruto. O pagamento beneficia 84,7 milhões de brasileiros, com valor médio de R$ 1.774.

>> Clique aqui para ler nota completa do Dieese sobre o décimo terceiro salário.

Inflação

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), referência oficial de inflação, registrou variação de 0,42%, total pouco inferior à variação de setembro, 0,57%. No ano, o acumulado é de 5,05% e, nos últimos doze meses, 6,59%. Considerado esse período, impacto maior decorreu da elevação de preços de bens e serviços do grupo Despesas Pessoais, 9,05%. Alimentação e Bebidas, com impacto tão maior quanto menor a renda, variou 7,60%.

>> Acesse http://cod.ibge.gov.br/3JVPL e leia mais sobre o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

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