Edição: 1
O Dieese divulgou balanço das negociações do primeiro semestre de 2014. De 340 convenções ou acordos coletivos monitorados, 92,8% registraram aumento salarial acima do INPC, com ganho real médio de 1,53%. Na tabela 1, resultados – no caso, anuais – do período 2008/2013. A maior média é a de 2012.

O INPC, Índice Nacional de Preços ao Consumidor, é referência para o processo de negociação salarial no setor privado e em algumas empresas públicas, entre elas, a Caixa. Calculado pelo IBGE, Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, por meio dele estima-se a variação de preços da cesta de consumo de famílias com renda entre um e cinco salários-mínimos, cuja pessoa de referência é assalariado em sua atividade principal.
Independentemente da conjuntura econômica, as negociações registram ganho real. Entre os fatores estão baixa taxa de desemprego e de inflação. A correção do salário-mínimo, também com ganho real, pressiona, mesmo que indiretamente, a correção de pisos e demais salários.

 

Inflação: descontrolada ou não?

A política de metas de inflação foi instituída no Brasil em 1999. O centro da meta, desde 2005, é 4,5%, com tolerância de dois pontos para mais ou para menos. Se o índice ameaçar os limites, o Banco Central impõe normas que diminuam ou aumentem a oferta de moeda. Por exemplo: para que se diminua, são reduzidos prazos de amortização de empréstimos e financiamentos, o que eleva prestações e inibe o consumo. Em teoria, com procura menor os preços são menos pressionados.
A ação preferida do Banco Central, no entanto, é a que mexe com a taxa básica de juros (Selic). Com taxa mais elevada, incentiva-se a poupança, com o efeito de se reduzir, também em teoria, a demanda.
Detentores de títulos da dívida pública, entre eles instituições financeiras, comemoram taxas elevadas. Com elas, cresce a rentabilidade de seus papéis. As manchetes de “descontrole inflacionário” e, portanto, imperiosa necessidade de se aumentar a Selic, muitas vezes fazem coro a esses interesses.

O sistema de metas de inflação foi determinado por meio do Decreto 3.088, de 21 de junho de 1999. Metas e intervalos de tolerância são fixados pelo Conselho Monetário Nacional, mediante proposta do Ministro da Fazenda, no segundo ano imediatamente anterior à sua vigência. O Decreto estabelece que “ao Banco Central do Brasil compete executar as políticas necessárias para cumprimento das metas fixadas”. Até 2016, a meta é de 4,5%, com tolerância em dois pontos, mínima 2,5% e máxima 6,5%.

A avaliação da meta é anual, considerando-se o acumulado de janeiro a dezembro de cada ano. O IPCA, Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, é a referência para a meta. O IPCA estima a variação de preços da cesta de consumo de famílias com renda entre um e quarenta salários-mínimos, qualquer que seja a fonte de renda.
 

Lucro Líquido

A Caixa registrou, em 2013, lucro líquido de R$ 6,7 bilhões. Em valores corrigidos a dezembro deste ano, o resultado é 237% superior ao de 2002, ano em que a Caixa contava com 23 milhões de clientes, número que ultrapassou 71 milhões em 2013. O banco comprova, com seus resultados e crescimento, que conjugar ação comercial e políticas públicas de Estado é rentável e positivo para seu controlador, no caso o País.

Lucro Líquido é o resultado final, já computadas todas as receitas e custos da organização. Segundo demonstrações financeiras de 2013, a Caixa alcança números significativos em operações de crédito, pessoa física ou jurídica, com saldo de R$ 494,2 bilhões, o que representa 18,05% do mercado. Esse montante é 36,8% superior ao de 2012, R$ 361,2 bilhões. Em financiamentos habitacionais, a Caixa detém 68% do mercado, com saldo de R$270,3 bilhões, dez vezes o montante em 2002, em valores constantes. Por fim, destaque para suas receitas com tarifas bancárias. Em 2013 foram arrecadados R$ 16,5 bilhões, 32% dos quais relativos à prestação de serviços públicos. O total em tarifas equivale a 102% da despesa com pessoal.

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