Edição: 94
Os dois governos Fernando Henrique Cardoso, 1995-1998 e 1999-2002, foram marcados pela lógica do corte do gasto público inspirado no Fundo Monetário Internacional. Era o pacto da guilhotina e ao trabalhador, com o pescoço, se reservava a redução real da remuneração. Na Caixa, herança desse período foi a correção salarial de 28% ante INPC de 104% (Tabela 1). A perda então acumulada ainda não foi reposta nem com o crescimento real pós-2004, período com salários corrigidos em 159,17% ante INPC de 116,66%, ganho real de 19,62%. Mas o que isso tem a ver com o período atual? A missão de Temer é reinstalar a guilhotina.

Remuneração média

Dados do DIEESE de julho de 2016, com base em Pesquisa de Emprego e Desemprego realizada em cinco regiões do país, registram que a maior remuneração média de trabalhadores assalariados no país é de R$ 3.053,00 no Distrito Federal. Esse valor corresponde a 41% da remuneração média dos bancários em 2015, R$ 7.466,09, tomando-se por referência a Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) de 2015.

Quantidade menor, remuneração média mais elevada

A categoria bancária encolhe. Em dezembro de 2014 era composta por 512.186 trabalhadores e, um ano depois, 504.435, ou menos 7.841 postos de trabalho. As ocupações com menor grau de especialização se reduzem mais rapidamente que aquelas em que se supõe maior grau, a se ter por parâmetro o salário contratado. A remuneração média em 2015, de R$ 7.446,09, foi 20% superior à de 2014, R$ 6.208,43. A faixa de maior incidência de bancários em 2015 era de remuneração entre 10 e 15 salários-mínimos (17,96% do total da categoria).

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