Mais uma vez, agora em entrevista à sucursal no Brasil da agência de notícias francesa Reuters, o presidente da Caixa, Gilberto Occhi, defendeu a privatização de áreas da empresa. A primeira fatia do banco a ser privatizada é a Loteria Instantânea Exclusiva (Lotex), responsável pela “raspadinha”. A venda para o capital privado deverá ser concluída até o fim de 2017. Em defesa dessa operação, a ser executada pelo BNDES, conforme regras estabelecidas em edital publicado em novembro do ano passado, Occhi foi categórico: “O negócio está avançando”. Esta não é a primeira vez que o presidente reafirma ao mercado os planos de venda de serviços e áreas do banco.

O Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) do governo federal prevê que a venda do controle da Lotex renda aos cofres públicos aproximadamente R$ 2,2 bilhões. Essa medida integra todo um programa de reestruturação na Caixa, imposta pela atual gestão, que está destruindo as condições de trabalho. Carência de pessoal, atendimento precarizado, agências reduzidas e lotadas, desvio de funções e redução nas remunerações com a perda de cargos são alguns exemplos desse desmonte, uma estratégia do governo para que a Caixa deixe de ser 100% pública e não cumpra mais seu importante papel social, levando a uma percepção da sociedade de que o banco público é ineficiente.

Segundo Sergio Takemoto, vice-presidente da Fenae, dos R$ 12,9 bilhões arrecadados apenas em 2016, as loterias operadas exclusivamente pela Caixa transferiram R$ 4,8 bilhões para programas sociais. “45,4% foram direcionados para a seguridade social, 19% para o Fies, 19,6% para o esporte nacional, 8,1% para o Fundo Penitenciário Nacional, 7,5% para o Fundo Nacional de Cultura, 7,5% e 0,4% para o Fundo Nacional de Saúde”, detalha.

Fonte: Fenae.

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