Empregados das áreas atingidas pela reestruturação da Caixa estiveram reunidos na capital paulista, no último dia 12, em evento promovido pela APCEF/SP e pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região (foto abaixo).
O objetivo do encontro – que teve a participação do gerente nacional da Gemog (GN Modelo de Gestão), Sérgio Bueno da Fonseca – foi esclarecer dúvidas sobre o processo de reestruturação em andamento na empresa e, também, propor ações que levem a direção do banco a negociar as medidas que vêm sendo adotadas, sem prejuízo para os trabalhadores.

• Contradições
O representante da Caixa apresentou, no início da reunião, o que a direção do banco chama de modelagem organizacional do projeto de reestruturação.
Ao contrário do que a direção da empresa vem afirmando durante as negociações específicas – que não haverá perdas para os empregados envolvidos, que haverá lugar para todos, que as estruturas absorverão os trabalhadores, que as funções a serem criadas contemplarão a demanda… -, o representante da Caixa disse, no encontro, que as funções não serão garantidas no processo.
Também na contramão do que vem acontecendo nas unidades desde o anúncio da reestruturação – relatos dão conta de que muitos empregados estão sendo transferidos sem qualquer critério -, o gerente da Gemog afirmou que os problemas de lotação serão resolvidos pelas Gipes, observando-se as necessidades dos trabalhadores (lotação, locomoção, conciliação de horários…).

Falta de transparência e de informação
Depois da explanação do representante da Caixa, abriu-se um espaço para questionamentos sobre o processo de reestruturação.
A maior reclamação dos empregados gira em torno da falta de informação sobre as mudanças propostas pela Caixa, por parte da própria empresa. Nem mesmo os gestores das unidades sabem dizer o que acontecerá com cada trabalhador subordinado a eles.
Se depender das palavras ditas pelo gerente nacional durante o encontro – “(…) nem todos os gestores estão habilitados para conduzir esse diálogo (…)” -, os empregados continuarão sem informações.
A única informação “menos abstrata” dada pelo representante da Caixa na reunião é a de que existe um comitê gestor – formado por superintendentes nacionais de gestão de pessoas, de desenvolvimento empresarial, de logística e de tecnologia – para tratar a implantação da reestruturação em todas as suas nuances. Será?

• Propostas
Logo após os “esclarecimentos” dados pelo gerente nacional da Caixa, os empregados definiram os indicativos a serem encaminhados à Comissão Executiva dos Empregados (CEE-Caixa) e às entidades representativas dos trabalhadores:
– realização de ações com o objetivo de mobilizar os trabalhadores na luta por seus direitos;
– unificação da luta pelo Plano de Cargos Comissionados (PCC), pela jornada de seis horas – sem redução de salários – e pela isonomia entre os empregados. 

• Questionamento sem resposta
Em 12 de maio, representantes da APCEF/SP e da Fenae reuniram-se com a direção da Caixa para questionar a empresa sobre como ficaria a situação dos empregados atingidos pela reestruturação.
Na ocasião, a APCEF/SP e a Fenae entregaram um documento à vice-presidente de Tecnologia do banco, Clarice Copetti, pedindo que a empresa garanta a função e os salários dos trabalhadores ligados às RETPVs e às áreas correlatas e, também, questionando o processo como um todo, pela falta de clareza e pela forma obscura com a qual tem sido conduzido.
Até o momento, não houve uma resposta formal por parte da Caixa, mas as declarações do gerente nacional durante o encontro na capital deixaram claro o posicionamento da empresa de não dialogar.
“A direção da empresa tem se utilizado, mais uma vez, de sua gestão unilateral e sem transparência para impor mudanças que não levam em conta os direitos dos empregados”, comentou o diretor-presidente da APCEF/SP, Sérgio Takemoto, presente à reunião. “A hora é de mobilização. Participe das atividades e fortaleça o movimento dos empregados na busca por melhores condições de trabalho e garantia de conquistas”, finalizou.

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