A Caixa anunciou na quarta-feira (22) “proposta” de reestruturação com extinção de Superintendências Regionais (SRs), Superintendências Regionais de Áreas (SUREs), Gerências de Filiais de Gestão de Adimplência (GIGADs) e Representação de Gestão de Adimplência (REGADs).

Segundo anunciado, as mudanças serão implantadas em três etapas, sendo a primeira de 24 a 29 de janeiro, a segunda de 3 a 7 de fevereiro e a terceira de 10 a 21 de fevereiro.

Veja organograma abaixo com a nova estrutura.

As nomeações para as novas funções devem ocorrer por Processo Seletivo Interno (PSI), através de lateralidade ou decesso (rebaixamento a cargo ou função inferior ao que se ocupa).

A justificativa da direção do banco para a reestruturação é a modernização da estrutura, buscando alinhar a Caixa às práticas do mercado, para, segundo a empresa, recuperar a participação em produtos/segmentos de Pessoa Física e Jurídica.

No entanto, a proposta de reestruturação não explica que esta perda de mercado é fruto da política contracionista do banco, intensificada pela atual direção.

Os números da carteira de crédito de 2019 mostram que a atual gestão deu continuidade ao caminho de queda iniciado em 2016.

A Caixa vem perdendo mercado, cada vez mais. Confira:

Outro ponto não explicado pela direção do banco é como pretende conciliar a devolução de capital ao Tesouro Nacional em Instrumentos Híbridos de Capital e Dívida (IHCD), prometida por Pedro Guimarães, com o que ela diz que será a ampliação da carteira.

“Não adianta reduzir as taxas de juros, se há um teto para concessão cada vez menor em função dos limites do índice de Basiléia, pressionados pela decisão da direção de devolver os IHCD’s”, afirma o diretor da APCEF/SP Leonardo dos Santos Quadros.

De acordo com proposta de reestruturação apresentada, haverá uma cobrança muito maior para incrementar a venda de produtos de investimentos, seguridade e cartões, além da previsão da ampliação de unidades lotéricas.

Estas são as mesmas áreas que a direção pretende privatizar, através de IPO. Ou seja, a Caixa quer valorizar ativos dos quais quer abrir mão.

Com um modelo ainda incompleto há dúvidas em relação ao futuro de algumas funções.

Os atuais gerentes de canais, por exemplo, se tornariam gerentes executivos de varejo.

Os números conhecidos até agora indicam que não haverá lugar para todos.

Outras perguntas sem respostas estão relacionadas aos destinos que a Caixa pretende dar aos tesoureiros (afetados no último modelo proposto pelo banco) e aos avaliadores de penhor, que lidam com o produto mais tradicional e um dos mais rentáveis do banco, e que, aparentemente, não tem a atenção da direção.

Os empregados perguntam como a direção da empresa pretende resolver a sobrecarga de trabalho, já que não atende à reivindicação de mais contratações.

A APCEF/SP e o Sindicato dos Bancários de São Paulo entraram em contato com a Superintendente Regional da Área D – Sured para discutir o assunto e a Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa) vai marcar reunião com a direção da empresa, para debater as consequências do modelo para os trabalhadores.

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