O anúncio da extinção dos cargos em comissão dos tipos assessoramento, técnico de nível médio e de nível superior com jornada de oito horas, feito pela Caixa em meados de novembro do ano passado por meio da CI Suape/Gepes 068, tem gerado diversos questionamentos e manifestações à APCEF/SP.
Uma das principais preocupações expressas pelos empregados é que a Caixa enquadre todos eles na jornada de seis horas e, conseqüentemente, reduza os salários. “Os ocupantes de cargos técnicos e de assessoramento temem uma possível pressão da empresa para que alterem sua jornada – de oito para seis horas -, com diminuição dos vencimentos” – comentou a diretora-presidente da APCEF/SP, Fabiana Matheus.
As entidades representativas dos trabalhadores devem intensificar, nas próximas semanas, a pressão para que a extinção da jornada não acarrete diminuição nos salários dos ocupantes de cargos comissionados.
“Defenderemos os direitos do empregado para que ele não sofra perda em caráter algum. Estamos na luta pela valorização da carreira técnica e atentos para os possíveis desdobramentos que tal medida adotada pela Caixa possa acarretar” – comentou Fabiana Matheus.

• O que diz a Caixa

De acordo com a direção da Caixa, o que está acontecendo é a nomeação de novos cargos com jornada de seis horas, inclusive naquelas funções originalmente de oito horas.
Conforme divulgou a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), a direção da empresa negou a redução da jornada com a diminuição de salários, afirmando que o boato que corre no banco sobre a extinção da jornada de oito horas é falso.
“As negociações com a Caixa para a redução da jornada sem cortes no salário continuam. Não vamos admitir qualquer redução nos vencimentos” – afirmou o diretor da Contraf-CUT e coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE-Caixa), Plínio Pavão.

• O que dizem os empregados

Embora a direção da Caixa afirme que não houve extinção da jornada de oito horas e redução de salários com a medida anunciada, diversos empregados contestam a informação e expõem suas expectativas, ou melhor, a falta delas.
“Senti-me extremamente desmotivado ao saber que, caso eu seja promovido, terei uma responsabilidade maior em função do cargo a ser ocupado, porém, com uma remuneração menor” – disse um empregado.
“A notícia do fim das funções técnicas de oito horas, nos moldes divulgados pelo banco, caiu como um balde de água fria para mim, já que tenho pouco tempo de empresa e estava cheio de perspectiva profissional. Temo que aqueles que optaram pela carreira técnica no banco desanimem de vez e acabem buscando uma carreira gerencial ou até mesmo uma nova oportunidade de emprego fora da empresa” – falou outro trabalhador.
Outro empregado, em e-mail encaminhado para a APCEF/SP, classifica a redução da jornada divulgada pela Caixa como uma injustiça aplicada sobre o cargo técnico.
“O candidato à carreira técnica é submetido a um Processo Seletivo Interno com várias etapas. O desempenho da empresa, no cumprimento de sua missão, é fruto desses empregados, minuciosamente selecionados e comprovadamente qualificados. A redução da jornada com redução salarial frustra as expectativas de ascensão e reconhecimento profissional na medida em que qualquer promoção não resulta em melhora nos vencimentos e, sim, na penalização de toda a classe técnica” – afirmou.

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