A APCEF/SP recebe, freqüentemente, telefonemas e e-mails de empregados denunciando as más condições de trabalho a que estão submetidos na Caixa, seja nas agências ou nas áreas-meio.
Por causa disso, a Associação está fazendo um levantamento, no Estado, dos problemas que afetam o dia-a-dia dos empregados. “Nosso objetivo com essa iniciativa, que já foi adotada em outras ocasiões, é elaborar um documento com as principais dificuldades enfrentadas pelos trabalhadores e cobrar, da direção da Caixa, providências, o mais breve possível, para as pendências levantadas” – explicou o diretor da Associação, Sérgio Takemoto.
As primeiras visitas aconteceram em agências do Escritório de Negócios (EN) Sé, grande parte delas localizada no centro da capital.
As unidades visitadas foram: Aclimação, Arouche, Bela Vista, Consolação, Estação São Joaquim, Líbero Badaró, Parque da Aclimação, Porto Geral, Praça da República, São Bento, Senador Queiroz e Sete de Abril.
“As reclamações mais freqüentes dizem respeito à falta de empregados – principalmente à pequena quantidade de caixas – e ao agendamento” – contou a diretora-presidente da APCEF/SP, Fabiana Matheus.
Em quase todas as unidades, o número de caixas foi reduzido nos últimos tempos. As conseqüências dessa política já são velhas conhecidas de todos: extrapolação constante da jornada de trabalho, não-realização da pausa de 10 minutos, filas enormes, demora no atendimento dos clientes, não-cumprimento da lei que limita em 15 minutos a espera, dificuldade de atendimento nos períodos em que os empregados almoçam ou saem de férias, etc.
“Há agências que necessitam de mais cinco, seis empregados… Esse é um problema antigo que precisa de solução o mais rápido possível. Em algumas unidades, há apenas dois caixas. Quando um sai para o almoço, fica apenas um” – comentou a diretora-presidente da APCEF/SP.
Outra reclamação constante, tanto de empregados como de clientes, é o agendamento. Em uma das agências visitadas, ao meio-dia, não havia mais horários disponíveis. “Se o cliente insistir, será atendido após as 16 horas” – explicou um funcionário. “Essa situação é comum. Aqueles que não conseguem agendar o atendimento entram depois do fechamento da unidade. Trabalhamos, às vezes, até as 18 horas” – contou outro trabalhador.
Mesmo com o agendamento, os clientes não estão livres de aguardar nas filas. “É raro serem atendidos no horário marcado” – reclamou um empregado.
“O que mais chama a atenção, em algumas unidades, é o ‘abandono’ da área social. Faltam empregados, principalmente, nos guichês de caixa, no atendimento geral, no FGTS e nas retaguardas” – explicou o assessor da APCEF/SP, Marcos de Castro, que visitou as agências do EN Sé.

• Registro no Sipon e pressão para cumprimento de metas

Outros pontos também foram verificados durante as visitas como o registro correto das horas extras e a pressão para o cumprimento das metas.
A maioria dos trabalhadores relatou que existe muita extrapolação da jornada de trabalho. No entanto, essas horas são registradas corretamente no Sistema de Ponto Eletrônico (Sipon).
Quanto à cobrança abusiva, contaram que as metas ainda existem e em alguns casos são bastante pesadas, mas não há mais a pressão absurda do passado. “Os métodos estão mais amenos. Não se ameaça mais com perda de função, transferência ou demissão” – explicaram alguns empregados.
“Essas situações melhoraram por causa das denúncias dos empregados. As entidades fizeram levantamentos e pressionaram a direção do banco. Com isso, conseguimos, por exemplo, a revogação da RH 008, uma normativa que permitia a demissão sem justa causa e era utilizada para ameaçar e aterrorizar os trabalhadores” – lembrou Fabiana Matheus.
Acompanhe, nas próximas edições do jornal APCEF em Movimento, as situações verificadas em outros Escritórios de Negócios.

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