Depois de 30 dias de greve, a Fenaban e a Caixa apresentaram as propostas que serão apreciadas pelos bancários nas assembleias desta quinta-feira (6) de todo o país. São os trabalhadores que decidem se aceitam ou não o que foi apresentado.

O histórico de nossas negociações coletivas mostra diferenças, para os trabalhadores, entre o predomínio de uma visão de estado neoliberal e uma visão de estado mais progressista. Os empregados da Caixa sentiram esses reflexos em seus salários e direitos.

Foram oito anos com índices abaixo da inflação: o INPC acumulado de 1995 a 2002 foi de 104,8% enquanto o reajuste na Caixa somou apenas 28,3% (20,94% em 1995, 1% em 1998 e 5% em 2002). Em 1996, 1997, 1999, 2000 e 2001 não houve qualquer correção nos salários.

A partir de 2005, com uma política de estado de caráter mais desenvolvimentista, a direção da Caixa passou a aplicar integralmente as cláusulas da Convenção Coletiva da categoria bancária. Em 2006, os trabalhadores conseguiram debater e aprovar a campanha nacional unificada. Enquanto de 1995 a 2003 os empregados registraram somente perdas no poder de compra, nos 12 anos seguintes acumularam 20,83% de aumento real.

Agora, o cenário político mudou. Só por causa da grande mobilização deste ano, os bancários conseguiram melhorar a proposta de reajuste de 6,5% e R$ 3 mil de abono, apresentada em 30 de setembro. Também garantiram que, no próximo ano, os trabalhadores tenham seus salários reajustados conforme a inflação e aumento real.

Diante do atual cenário, esse acordo é o possível. Há tentativa da retirada de direitos dos trabalhadores, ataque ao papel social da Caixa e ameaça de privatização. Apesar de os bancos se recusarem a repor a inflação neste ano, a proposta prevê a correção de 15% no vale-alimentação e 10% no vale-refeição e auxílio-creche babá. Está previsto ainda aumento real em 2017, garantia de todos os direitos da Convenção Coletiva e dos acordos específicos e abono total dos dias parados.

Por esses motivos, o Comando Nacional dos Bancários indica a aprovação da proposta nas assembleias que serão realizadas nesta quinta-feira.

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Proposta da Fenaban

• Reajuste para 2016 de 8%.

• Abono de R$ 3.500 pago até 10 dias após assinatura da Convenção Coletiva.

• Aumento de 15% no vale-alimentação.

• Aumento de 10% no vale-refeição e auxílio creche-babá.

• Para 2017, reposição da inflação (INPC) mais 1% de aumento real.

• PLR: reajuste de 8% em 2016 e inflação mais 1% de aumento real em 2017.

• Dias parados: abono total dos 31 dias de greve para quem aprovar a proposta nas assembleias desta quinta-feira (6).

• Licença-paternidade: passa de 5 para 20 dias a partir de 2017.

• Emprego: grupo de trabalho para analisar critérios para realocação e requalificação

Itens específicos da Caixa

• RH 184: criação de comissão paritária para discutir o normativo, em especial a função de caixa. Também haverá grupo específico para discutir regras de descomissionamento e incorporação da função.

• Promoção por mérito: a evolução por mérito fica assegurada por dois anos, da mesma forma que o GT que discute o aprimoramento constante dos critérios da promoção.

• Bolsas de estudo: concessão de 1,6 mil bolsas (até 300 para graduação, 500 para pós-graduação e 800 para idiomas).

• Licença-amamentação: assegura às empregadas mães, inclusive as adotivas, com filho de idade inferior a 12 meses, dois descansos especiais diários de meia hora cada um, facultado à beneficiária a opção pelo descanso único de uma hora.

• Vale-cultura: fica mantido e tem direito o empregado que ganha até oito salários mínimos

• Parcelamento do adiantamento de férias: a Caixa renovará a cláusula referente ao parcelamento do adiantamento de férias em até 10 parcelas mensais

• Saúde Caixa: manutenção do GT Saúde do Trabalhador, do Saúde Caixa e da mesa permanente de negociação; trazendo para a pauta a discussão dos impactos decorrentes da implantação de novos processos de trabalho.desta quinta-feira (6).

 

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