No início desta semana, o jornal Valor publicou uma matéria em que teria apurado que os partidos do chamado “Centrão”, representados pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil – AP), e da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos – PB) – este último, conterrâneo do presidente da Caixa, Carlos Vieira – estariam buscando aumentar seu espaço de poder dentro do Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal.

De acordo com a apuração do Valor, as investidas de Alcolumbre estão centradas no BB, enquanto Motta ambiciona espaços na Caixa, presidida por seu conterrâneo Carlos Vieira. Mas o que o ataque do Centrão aos bancos públicos tem a ver com a defesa do Saúde Caixa?

De acordo com a publicação do Valor, a Caixa aumentará o número de diretorias, que atualmente são 27, incluídos os diretores Jurídico e de Auditoria. Como o quantitativo de diretorias do banco é fixado pelo estatuto da instituição, sua ampliação depende da alteração do documento. O custeio do Saúde Caixa também consta no estatuto da empresa, com o limitador de 6,5% da folha. Desta forma, tanto o atendimento da demanda do Centrão quanto o atendimento da reivindicação dos empregados da retirada do teto, para o fim do condicionante para a aplicação da proporção contributiva de 70/30 para o custeio do plano pelo banco, dependem dos mesmos ritos.

O Valor informou que houve reunião do Conselho de Administração do banco, instância que aprecia propostas de mudança de estatuto, no último dia 21. A qual demanda a gestão Carlos Vieira atendeu, dos empregados ou do Centrão?

“Na última alteração estatutária, a direção do banco manteve o teto de 6,5% para o custeio do Saúde Caixa, instituído em 2017 por Gilberto Occhi, que possui relações com o atual presidente Carlos Vieira. Ou seja, quando houve a oportunidade de atender à demanda dos empregados, o atual presidente manteve a criação de seu antecessor. Agora, de acordo com as informações apuradas pelo Valor, a alta administração da Caixa voltou a discutir alteração do estatuto do banco. Carlos Vieira tem dito que está preocupado com o Saúde Caixa. Esta é mais uma oportunidade que tem para mostrar que não se trata apenas de discurso, e que a direção vai tomar as decisões necessárias para garantir a sustentabilidade do plano”, expõe Leonardo Quadros, diretor-presidente da Apcef/SP.

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