Trabalhadores cobraram da Caixa revisão da PLR, contratação de trabalhadores, pagamento correto de horas extras… mas nada de respostas

Os valores pagos aos trabalhadores da Caixa na segunda parcela da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) foi o principal assunto tratado na reunião realizada entre a Comissão Executiva dos Empregados (CEE) e a direção do banco, na sexta-feira (7).
Os dirigentes cobraram novo cálculo com base no lucro líquido recorrente de 2016 (R$ 4,967 bilhões), uma vez que a empresa fez a distribuição aos trabalhadores pelo lucro líquido contábil (R$ 4,1 bilhões). A mudança provocaria a elevação em cerca de 20% no total pago.
"A direção não explicou porque manteve a projeção do lucro até o último minuto. Agora, usa o resultado abaixo do esperado para tentar retirar direitos dos trabalhadores", cobrou o diretor da APCEF/SP Leonardo Quadros.

Desmonte – Os trabalhadores cobraram da Caixa informações sobre o fechamento de agências anunciadas por Gilberto Occhi. Os representantes da Caixa alegaram que não têm conhecimento de quais unidades e que critérios serão utilizados.
Foram cobrados ainda esclarecimentos quanto à reestruturação. O argumento da Caixa é que não foi iniciada nova onda e que estão sendo feitas apenas adequações em algumas filiais.
"Queremos que a tal transparência não fique só no discurso. Não é possível que o presidente fale em fechar agências e em reestruturação e ninguém saiba nada", comentou Leonardo Quadros. "Parece que a transparência só existe dentro da direção. Para os empregados, só há incerteza. A direção insiste em esconder informações", completou.

Contas inativas do FGTS – A CEE questionou, ainda, o pagamento de extras aos trabalhadores das agências que estão abrindo duas horas mais cedo ou aos sábados por conta das contas inativas do FGTS. A empresa não está pagando o adicional de 100%. A Comissão Executiva irá acrescentar a irregularidade à denúncia que já existe no Ministério Público do Trabalho.
Foi solicitado que seja revista a convocação de empregados para trabalharem aos sábados no autoatendimento, que representa amea- ça à segurança dos trabalhadores e dos clientes. A Caixa rejeitou a reivindicação.
Exigiu-se, ainda, a retomada das contratações. As filas imensas e a demora no atendimento por conta da falta de empregados agravou-se com a liberação dos saques das contas inativas do FGTS. A posição da empresa foi a mesma: não haverá contratações.

RH 184 – A CEE cobrou a nova redação com os pontos acordados para proteger os empregados de descomissionamentos injustificados.
A resposta foi de que o documento será disponibilizado em 25 abril, mas o banco adiantou já estar em vigor a determinação de a pessoa não perder a função enquanto o caso estiver em análise. "Vamos ficar atentos e cobrar que a Caixa cumpra a promessa", finalizou o diretor da Associação.

Encontro com o presidente – No dia 5, representantes dos trabalhadores participaram de um encontro com o presidente da Caixa, Gilberto Occhi.
Foi entregue uma lista de mensagens enviadas pelos empregados para serem repassadas à direção. Entre as publicáveis, frases como “eu não acredito nesse balanço”; “Eu acho engraçado, e um tanto curioso, o fato de vocês terem 'errado' tanto nas projeções de lucros, tendo em vista o atual cenário do país”; “A ideia desta presidência é precarizar o atendimento e estrutura da Caixa para justificar sua iminente privatização?”.

Rumo à greve geral – Contra a proposta da reforma da previdência e trabalhista, contra a terceirização irrestrita e em defesa dos bancos públicos, trabalhadores cruzam os braços em 28 de abril, sexta-feira. Faça sua parte, defenda seus direitos!
Pouco antes, dia 20, está sendo organizado Dia Nacional de Luta em Defesa dos Bancos Públicos. "Vamos demonstrar nossa força e frear os desmandos do governo", convocou o diretor-presidente da APCEF/SP, Kardec Bezerra.

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