A greve iniciou-se em 25 de setembro, com a união de todos os bancários na luta por uma proposta que contemplasse suas expectativas, já que a proposta apresentada pela Fenaban poderia ser considerada, no máximo, uma piada de mau gosto.

Foram 15 dias de muitos desafios, os quais foram sendo vencidos um a um.

Após a conquista de uma boa proposta para os bancários dos bancos privados e do Banco do Brasil, restaram os empregados da Nossa Caixa e da Caixa Federal na luta.

A direção do BB teve a decência de efetuar um repasse, que veio a proporcionar um abono aos empregados da Nossa Caixa e substituiu a participação nos lucros, entendendo que o prejuízo do banco não poderia nunca ser creditado aos empregados e sim a uma gestão temerária do governo do Estado de São Paulo.

Sobraram os empregados da Caixa, atônitos pela intransigência da direção do banco que não reconhecia naquele momento que as reivindicações de seu quadro eram absurdamente justas e modestas.

Foram mais 12 dias de assombro, tristeza e decepção para os empregados que se recusavam a jogar na sarjeta sua dignidade e deixar que a direção irresponsável do banco continuasse a massacrar clientes e empregados com condições de trabalho e atendimento que ultrapassavam o desrespeito e o descaso.

Em 15 de outubro, tomamos conhecimento de que a Caixa havia ajuizado dissídio junto ao TST. Mais um susto e outra decepção quando, mais tarde, descobrimos tratar-se de outra mentira, já que o ajuizamento tratava apenas da greve.

Sentindo-nos reféns de uma estratégia infeliz de uma direção sem rumo, voltamos nossos olhares para a força do movimento, que, apesar de ter diminuído, ainda mantinha-se forte e firme no exercício de cidadania e da defesa de nossos ideais. E, assim, quando já não esperávamos que da comissão da Caixa viesse alguma atitude responsável, às vésperas da audiência de conciliação do TST, somos informamos de uma nova proposta e consultados sobre a possibilidade de aprovação.

Não é tudo que merecíamos, como a isonomia e a PLR linear, mas é a vitória moral de um movimento combativo que não abandonou seu norte e se fez e refez diariamente.

É a vitória de cada um dos empregados que não se deixou amedrontar nem abater pelas estratégias mesquinhas de uma direção que não representa a qualidade do capital humano da Caixa. E é, para cada um deles, que vai hoje nosso agradecimento e reconhecimento.

Vocês conquistaram a vitória com a consciência de que somos cumpridores de nossos deveres e, portanto, podemos exigir nossos direitos.

São pessoas como vocês, que não esperam simplesmente, mas que buscam a mudança, que fazem e farão deste um Banco melhor para se trabalhar e um país melhor para se viver. Obrigado.

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