No encontro de movimentos sociais e de centrais sindicais com Dilma Rousseff, realizado na capital no último dia 15, as entidades representativas dos empregados da Caixa entregaram à candidata do PT à Presidência da República o manifesto Linhas gerais para a Caixa seguir mudando.
O documento é assinado pela Fenae, Fenacef, Fenag e Contraf-CUT e posiciona–se em apoio à candidatura presidencial de Dilma Rousseff, considerada a única capaz de promover o desenvolvimento do Brasil aprofundando as conquistas democráticas, com distribuição de renda, e afirmando sua fisionomia soberana e pacífica diante do mundo.

Governos FHC e Lula: diferenças
O texto faz um comparativo de como a Caixa atuou em dois momentos distintos no cenário político-econômico do País.
O primeiro mostra as mazelas perpetradas pelo governo Fernando Henrique Cardoso (FHC) entre os anos de 1995 e 2002, quando a empresa viveu sob a ameaça permanente da privatização e os trabalhadores amargaram acordos seguidos de reajuste zero.
Durante o governo FHC, os empregados tiveram de protagonizar uma longa luta de resistência em defesa da instituição pública, de seus empregos e de suas dignidades.
O outro momento refere-se aos oito anos de governo Lula (2003 a 2010). Neste perío-                                             do, diferentemente do anterior, os bancos públicos federais reassumiram funções que os tornaram imprescindíveis para o desenvolvimento nacional e para a regulação do sistema financeiro. Também os empregados voltaram a ser valorizados, com o fim da RH 008 (demissões sem justa causa) e as conquistas de sucessivos aumentos reais de salários.

Gestão
Para as entidades signatárias do documento, o avanço no processo de democratização da gestão da empresa, “com rompimento definitivo com a cultura de rebaixamento do valor da força de trabalho e de negação do papel proativo dos trabalhadores e suas representações, requer de seus administradores desprendimento e exercício permanente do diálogo, em busca de soluções que reflitam pactos efetivos, amplos e duradouros”.
Para os próximos anos, de acordo com o manifesto, o maior desafio é seguir no caminho do resgate do papel da Caixa como agente de políticas públicas e banco indutor do desenvolvimento econômico e social. E acrescenta: “Isso requer não apenas sintonizar a empresa com as transformações que se referenciam em novo projeto para o Brasil, mas também com novas concepções e práticas que sejam igualmente transformadoras no plano interno, sobretudo no que se refere à democratização da gestão e à reorientação da política de recursos humanos.”

Isonomia e contratação de empregados
Para começar a mudar essa realidade, o documento propõe que a Caixa rompa com discriminações e injustiças remanescentes da política de recursos humanos da época em que estava sendo desmontada para a privatização, pondo fim, por exemplo, às situações diferenciadas entre novos e antigos empregados.
Também é reivindicada, de forma emergencial, uma solução para a carência de pessoal.
Nesse particular, o documento aponta a necessidade de elevação do número de bancários do quadro próprio para o patamar mínimo de 100 mil trabalhadores, de modo a evitar que a defasagem de mão de obra resulte em sobrecarga de trabalho, extrapolação da jornada e deterioração das condições de saúde e vida dos bancários.
Para as entidades representativas dos empregados e aposentados da Caixa, a eleição de Dilma Rousseff é a única garantia de que a empresa seguirá prestigiada e cada vez mais forte.
O manifesto entregue à candidata lembra, inclusive, que as expectativas estão depositadas no aprofundamento das transformações impulsionadas pelo governo Lula, cabendo à Caixa avançar na superação de seus problemas estruturais, combinando modelo de gestão inovador com política decente de recursos humanos.

A partir da esquerda: diretor-presidente da APCEF/SP, Sérgio Takemoto; diretora vice-presidente da Fenae, Fabiana Matheus; diretor-presidente da Fenae, Pedro Eugênio Beneduzzi, candidata do PT à Presidência da República, Dilma Roussef; presidente da CUT, Artur Henrique; presidente do Seeb São Paulo, Juvândia Moreira Leite

Compartilhe: