censo de diversidade

Após pressão do movimento sindical bancário, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) divulgou os números completos do segundo Censo da Diversidade durante a reunião da mesa temática da Igualde de Oportunidades com representantes da categoria bancária, realizada nesta segunda-feira, dia 3, em São Paulo.

A primeira parte do levantamento já havia sido divulgada pela Fenaban durante a campanha salarial 2014. Os novos dados serão avaliados pela Comissão de Gênero, Raça e Orientação Sexual (CGROS) da Contraf/CUT, que reúne representantes do movimento sindical bancário de todo o país. De antemão é possível verificar que pouco se avançou desde o primeiro Censo, em 2008, pra cá.

Segundo os dados do segundo Censo as mulheres continuam ganhando menos do que os homens. Em seis anos, a diferença entre o rendimento médio das mulheres e dos homens caiu somente 1,5%. O rendimento médio mensal das mulheres em relação aos homens era de 76,4% em 2008 e agora é de 77,9%.

O Censo de 2014 mostra, também, avanço de 5,6% no número de negros no setor bancário. No primeiro Censo, havia 77,4% de brancos e 19,3% de negros. Já em 2014 a situação teve um relativo avanço, com 71,4% de brancos e 24,9% de negros. Neste caso, o problema é que o movimento sindical bancário não sabe quanto disso se deve a ações inclusive dos bancos e quanto se deve aos concursos públicos promovidos pelos bancos públicos. Daí a reivindicação para que a Fenaban divulgue os dados por bancos, proposta que foi recusada.

Durante a reunião, ainda, foram apresentados os números de pessoas com deficiência (PCDS. Neste caso, também houve queda nos dados totais. Do total, o número de bancários com deficiência motora caiu de 61,4% em 2008 para 60,7% em 2014. Já o de trabalhadores com deficiência auditiva subiu de 12,2% para 22,8%, e os com deficiência visual aumentou de 3,9% para 11,8%.
Os dados revelam, inclusive, que o setor financeiro não cumpre a cota de 5% de PCDs exigida por lei, tendo em vista que em 2008 havia 1,8% de bancários com deficiência, enquanto em 2014 esse contingente chega a 3,7%.

Na reunião com a Fenaban, os representantes da categoria bancária cobraram também a divulgação de dados mais claros a respeito da situação da mulher negra nos bancos. Os números disponíveis até agora não são suficientes para esse recorte.

Próximos passos
A categoria bancária pretende ainda convidar outros atores para discutir os resultados do Censo da Diversidade 2014. Serão chamados, por exemplo, o Ministério Público do Trabalho (MPT)), a Organização Internacional do Trabalho (OIT)) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que também participaram da elaboração do I Censo.

Essas entidades podem ajudar o movimento sindical bancário a elaborar e desenvolver ações que mudem o quadro de discriminações e desigualdades nos bancos.

Fonte: Fenae Net

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