A Campanha Nacional dos Bancários em 2017 tem características diferentes de todas as já realizadas até hoje. Isso porque, em 2016, o Comando Nacional dos Bancários firmou acordo de dois anos com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban).
Vamos entender o que aconteceu: depois de uma longa greve de 31 dias, o acordo assinado no ano passado definiu o reajuste salarial de 8% mais abono de R$ 3,5 mil para 2016. No vale-alimentação, a correção foi de 15% e, no vale-refeição e auxílio creche/babá, de 10%.
Também negociou-se o reajuste de 2017, pois havia a perspectiva de mudanças e endurecimento na política salarial do ano seguinte. Para 2017, o reajuste negociado repõe a inflação e garante mais 1% de aumento real nos salários e nas verbas.
“Como era previsto, enfrentamos uma conjuntura difícil para a classe trabalhadora este ano, com ataques constantes aos direitos sociais e trabalhistas”, explicou o diretor-presidente da APCEF/SP, Kardec de Jesus Bezerra. “Os bancários da Caixa e do Banco do Brasil serão, possivelmente, os únicos funcionários públicos federais que terão reajuste acima da inflação em 2017, por causa de acordo firmado no ano passado”, completou.

Eixos da campanha – Com o acordo de dois anos, os bancários não entregarão minuta de reivindicações da categoria para a Fenaban.
A Convenção Coletiva será renovada automaticamente em 1º de setembro. Os bancários receberão salários e vales referentes a setembro já reajustados, o mesmo acontecerá com a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e demais verbas.
Mas vai ter luta sim esse ano. A campanha de 2017 será em defesa do emprego e de direitos. Os representantes dos bancários já estão debatendo com os bancos a nova legislação trabalhista a fim de evitar a redução de postos de trabalho, a precarização do emprego e a redução dos direitos da categoria.
Também serão aprofundados debates sobre saúde do trabalhador, igualdade de oportunidades, segurança bancária e prevenção de conflitos.
“Importante destacar que, por conta do acordo de dois anos, a forma de custeio do Saúde Caixa está garantido até 2018”, explicou o diretor-presidente da APCEF/SP. O presidente da Caixa, Gilberto Occhi, afirmou a jornalistas, em julho, que está negociando com o governo federal mudanças no Saúde Caixa.

Defesa dos bancos públicos – Também faz parte da Campanha Nacional dos Bancários em 2017 a defesa das empresas públicas, especificamente, dos bancos públicos.
O governo Temer está promovendo verdadeiro desmonte nos bancos públicos, com redução do quadro de pessoal, fechamento de agências e mudança na forma de atuação (leia série de matérias publicadas pela APCEF na página 3 deste jornal e em nosso site).
O governo reduziu o capital que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) tinha disponível para financiamentos e alterou a taxa de juros. Na prática, tirou o subsídio dado ao investimento no setor produtivo.
Na Caixa e no Banco do Brasil, está reduzindo o quadro de pessoal, com a utilização de planos de demissão voluntária e incentivo à aposentadoria, sem a recomposição do quadro de pessoal. Agências consideradas não lucrativas e departamentos estão sendo fechados e os trabalhadores remanejados para outras unidades.
A Caixa perdeu capacidade de financiamento habitacional e o governo pretende descentralizar o controle dos recursos do FGTS, utilizados para financiamento de políticas sociais. O Banco do Brasil perdeu o poder de financiamento rural.
“Apesar de estar garantido o reajuste salarial acima da inflação, precisamos nos unir e lutar para garantir nossos direitos, nossos empregos e a existência dos bancos públicos”, ressaltou Kardec de Jesus Bezerra.

Acompanhe as negociações em nosso site. Acesse Seus direitos > Campanha Nacional ou ligue (11) 3017-8315.

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