No sábado, dia 1º, cerca de 1.500 bancários de todo o País participaram do Encontro Nacional da categoria, em São Paulo.
Os participantes referendaram, por unanimidade, a greve a partir de 6 de outubro, quinta-feira, para forçar os banqueiros a mudar a proposta de 4% de reajuste, abono de R$ 1 mil e Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de 80% do salário mais R$ 733. Para tanto, os sindicatos devem fazer assembléias no dia 5.
Foi aprovado, ainda, o calendário proposto pelo Comando Nacional que inclui a realização de assembléias específicas do Banco do Brasil. Na Caixa, as assembléias devem ocorrer junto com a geral da categoria, marcada para o dia 5, quando serão avaliadas as propostas da direção do banco.

• Caixa avança em itens específicos, mas propostas são insuficientes

O Comando Nacional, a Comissão Executiva dos Empregados (CEE-Caixa) e a Comissão de Negociação da empresa reuniram-se, em 29 e 30 de setembro, para debater itens específicos do banco.
No dia 29, os representantes da Caixa reafirmaram a decisão da empresa de seguir o acordo firmado entre a categoria bancária e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) nos itens econômicos, inclusive na Participação nos Lucros e Resultados.
A empresa prorrogou o acordo coletivo em vigor até 31 de outubro.
A Caixa apresentou também, na reunião, propostas para quatro itens das questões específicas em negociação na campanha salarial deste ano:
1) fim do caixa flutuante: a Caixa comprometeu-se com a extinção do caixa flutuante e com a criação do cargo de caixa executivo no Plano de Cargos Comissionados (PCC). A medida a ser implementada a partir de 1º de janeiro implicará na abertura de 7.622 cargos, dos quais 3.958 serão ocupados pelos atuais caixas efetivos. Os atuais caixas flutuantes terão a oportunidade de efetivarem-se como caixas executivos.
2) tesoureiros: a proposta da empresa é fazer novo enquadramento dos 2.500 tesoureiros na tabela de remuneração, passando de TA3 para TA4. Isso representaria acréscimo de 18,78% na gratificação e de 12,53% no piso. O enquadramento é também para 1º de janeiro do próximo ano. A proposta apresentada pela empresa está distante da reivindicação dos tesoureiros, que é de mudança do nível TA3 para TA6.
3) negociação de dívidas: a empresa comprometeu-se com o reescalonamento das dívidas dos empregados, com taxas e prazos mais favoráveis. Em aproximadamente 10 dias, a Caixa divulgará as taxas, os prazos e os demais critérios do reescalonamento.
4) assédio moral: a Caixa comprometeu-se com a implementação de projeto de combate ao assédio moral e solicitou que a CEE-Caixa apresente projeto para discussão.
Os representantes dos empregados registraram na mesa de negociação o entendimento de que as definições apresentadas pela Caixa representam avanços importantes para o desenrolar da campanha salarial. Mas disseram também que as expectativas dos trabalhadores estão ainda distantes de serem atendidas.
No dia 30, representantes da empresa e dos trabalhadores reuniram-se para tratar de Sistema de Ponto Eletrônico (Sipon), projeto Agência Segura e Plano Negocial Participativo (metas).
1) Sipon: os representantes do banco apresentaram um novo programa que está sendo desenvolvido pelo setor de tecnologia e promete evitar as fraudes nos pontos eletrônicos. Mas não houve definição, pela Caixa, de data para a implantação do novo programa.
Também foi debatido o banco de horas negativo. A Caixa informou que está tomando providências para corrigir a distorção.
2) segurança: resultado das discussões do grupo de trabalho (GT Segurança), o projeto-piloto Agência Segura – que está funcionando na agência Juvevê, em Curitiba, desde o início do ano – foi apresentado pela Caixa.
O projeto prevê mais câmeras de segurança, com instalação inclusive no lado de fora do prédio, implantação de porta-giratória na entrada e sala de controle geral.
A Caixa informou, ainda, que serão contratados 1.600 vigilantes para as salas de auto-atendimento, com prioridade de implantação do projeto nas agências que trabalham com penhor, principais vítimas de assalto.
3) metas: a Caixa apresentou o seu Plano Nacional de Participação que, na verdade, é um plano de metas. Ele está em seu terceiro ano e conta com a participação da direção e dos gerentes. “O problema é que os empregados – que são os cumpridores dessas metas – não participam da elaboração do Plano. Muitas das sugestões dadas pelos gerentes acabam não sendo acatadas. Fizemos essa reivindicação e a Caixa disse que não vê problemas em estender a participação para os empregados. Precisamos discutir melhor esse assunto” – explicou o diretor da Fenae e membro da CEE-Caixa, Jair Pedro Ferreira.

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