A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT), a Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa) e os sindicatos de bancários foram surpreendidos, no último dia 23, por informações de alterações promovidas pela empresa nos normativos relacionados ao plano de carreiras, sem, ao menos, comunicação prévia. As discussões e o calendário previsto para formulação de propostas e para negociações entre as partes foram atropelados.
As alterações nos normativos estão in-terligadas a outros fatos igualmente perversos. Estava marcada, para 22 de junho, reunião na qual a empresa apresentaria à CEE/Caixa suas sugestões de mudanças nos normativos RH 060 e 040, mas o encontro foi desmarcado pelo banco.
As mudanças no plano de carreira revelam opção da empresa por interromper o diálogo e impor o que lhe interessa.
De acordo com as informações recebidas, as mudanças em normativos são diversas, incluindo itens relativos a cargos e atribuições (RH 060), a processos seletivos (RH 040), ao exercício de cargos em comissão (RH 022) e a cargos efetivos (RH 175).
Entre as alterações, a Caixa determinou o fim da flexibilização do requisito formação. A partir de agora, apenas empregados com nível superior completo poderão participar de processos seletivos, concorrendo a cargos comissionados iniciais.
“A flexibilização permitia que o trabalhador tivesse a oportunidade de, uma vez empregado com cargo comissionado, concluir o curso superior em um prazo de até dois anos. Entendo que a manobra feita pela Caixa dificulta – e muito – o crescimento profissional na empresa” – disse um funcionário do banco.
Para o coordenador da CEE/Caixa, Jair Pedro Ferreira, a direção da Caixa está tomando iniciativas extremamente danosas para o processo de discussão do Plano de Cargos Comissionados (PCC). “Estão sendo deixados de lado compromissos assumidos pela empresa no desfecho da campanha salarial do ano passado. As consequências podem ser irreparáveis” – afirmou.
O descaso completa-se com ofício da Caixa à Contraf/CUT informando que a apresentação da proposta da empresa para o PCC, prevista para ocorrer em 30 de junho, terça-feira, terá de ser adiada para 17 de julho. “É muito grave essa atitude da empresa em relação aos empregados e suas entidades representativas, porque indica que a intenção é implantar unilateralmente o PCC, atitude que pode comprometer o processo de negociações permanentes construído ao longo dos últimos anos” – ressaltou Jair.
Para o coordenador da CEE/Caixa, “é necessário que a direção da Caixa se pronuncie e deixe bastante claro o que de fato pretende”.
As representações dos empregados estão analisando o real alcance das medidas, mas, de antemão, repudiam a atitude inconsequente da direção da Caixa.

• Dia Nacional de Luta em 8 de julho
A resposta dos empregados da Caixa às arbitrariedades da direção do banco será dada em 8 de julho, quarta-feira, com um Dia Nacional de Luta por um Plano de Cargos Comissionados digno.
A mobilização foi aprovada na plenária nacional realizada em 16 de junho, na capital, com a participação de cerca de 150 delegados de todo o País. O encontro definiu a proposta dos empregados para o PCC.
Confira a íntegra das resoluções da plenária: clique aqui

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