No dia 28 de março, o presidente da Caixa, Gilberto Occhi, afirmou a jornalistas, logo após anunciar o lucro líquido de R$ 4,1 bilhões em 2016, que está negociando com o governo federal mudanças no Saúde Caixa. O objetivo, segundo ele, é reduzir as provisões para cobrir despesas futuras com o plano de saúde, liberando bilhões de para fortalecer a base de capital do banco.

Na avaliação do Conselho de Usuários “Movimento pela Saúde”, trata-se de um desrespeito com os quase 300 mil usuários do Saúde Caixa. A disposição é para lutar contra qualquer mudança que represente a perda de direitos. De forma irresponsável, a direção da empresa, única responsável pelos resultados ruins, tenta culpar os trabalhadores.

Conforme prevê o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2016/2018, cuja vigência vai até 31 de agosto do próximo ano, a regra de custeio do Saúde Caixa prevê que os procedimentos assistenciais sejam custeados em 70% pelo banco e 30% pelos trabalhadores. O que a Caixa defende é o estabelecimento de um teto de gastos baseado em percentual da folha de pagamento, proposta extremamente prejudicial aos empregados.

O Conselho de Usuários ressalta que qualquer alteração sem debate com a categoria será um golpe. Afinal, um limitador de participação da Caixa poderá até inviabilizar o plano, pois no momento em que o teto for alcançado os custos serão transferidos automaticamente para os trabalhadores e trabalhadoras. O Saúde Caixa tem superávit e é sustentável. Portanto, nada justificativa essa proposta absurda, que será combatida pela categoria.

"Não podemos aceitar uma decisão unilateral que visa fazer com que os usuários paguem pelos mal resultados gerados por esta administração, é uma postura de derespeito com os empregados", apontou Ivanilde de Miranda, membro de Conselho de Usuários e diretora da APCEF/SP. 

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