Neste ano, depois de muita luta, finalmente a Campanha Salarial pode ser chamada de Unificada, o que significa que toda a categoria bancária – tanto empregados de bancos públicos como privados – briga por um mesmo índice de reajuste salarial.
A reivindicação de unificar a campanha é antiga. “Juntos somos mais fortes. Ano passado demos um passo importante. Este ano, a assinatura do pré-acordo coloca, de forma concreta, os bancários da Caixa na Campanha Única. É a garantia de que o índice conquistado será aplicado para nós” – comentou a diretora-presidente da APCEF/SP, Fabiana Matheus. “Desde 85, com a conquista da jornada de seis horas e o direito à sindicalização, os empregados da Caixa lutam para serem reconhecidos como bancários. Se colocarmos na balança o que ganhamos e perdemos com a mesa específica, com certeza perdemos muito” – completou.

• Recordando

É indiscutível que temos conquistado avanços desde a Campanha Salarial do ano passado. Um deles foi o reconhecimento das entidades sindicais como legítimos representantes dos empregados nas negociações.
Até 2002, a Caixa “encenava”, com seu braço sindical à época – a Contec -, a assinatura de acordos coletivos que rebaixavam e tiravam direitos, além de reforçar o arrocho salarial. No contraponto estavam as entidades ligadas à Confederação Nacional dos Bancários (CNB/CUT) que se recusavam a participar da farsa e lutavam pela aplicação da Convenção para toda a categoria.
Em 2004, a proposta de Campanha Salarial Unificada foi amplamente discutida por toda a categoria e aprovada pela maioria em um processo democrático.
Em maio foram realizadas conferências estaduais e interestaduais em preparação à Conferência Nacional dos Bancários. Em São Paulo aconteceram a conferência regional da Feeb-SP/MS e a conferência regional da Fetec/CUT-SP. Participaram desses encontros representantes eleitos nas assembléias da base de cada Sindicato.
De 5 a 8 de junho aconteceu a Conferência Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro.
Nos dias 5 e 6 ocorreu a conferência geral com a participação de 1.200 trabalhadores. Uma das principais decisões da categoria foi a unificação da Campanha Salarial.
Em 7 e 8 de junho, como parte da Conferência Nacional dos Bancários, foi a vez do Congresso Nacional dos Empregados da Caixa (Conecef). Participaram cerca de 250 delegados eleitos nos Congressos Estaduais da Caixa. Foram apresentadas diversas teses, entre elas a de referendar a decisão da Conferência Nacional de unificação da Campanha Salarial. “Todas foram votadas e a de unificação da Campanha Salarial venceu, por ampla maioria” – lembrou a diretora-presidente da APCEF/SP.
Como próximo passo da Campanha, foi entregue a Minuta Mínima Unificada, em 17 de junho, aos representantes dos principais bancos filiados à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), inclusive Banco do Brasil e Caixa. Esteve presente na cerimônia o gerente nacional de Relações Trabalhistas e Previdência da Caixa, Luiz Octávio Cuiabano.
Durante esta mesma cerimônia foi entregue, à diretoria da Caixa, um documento no qual os representantes dos empregados reivindicavam a participação do banco nas negociações com a Fenaban. Além disso, reafirmavam o processo de negociações permanentes para tratar de itens específicos.

• Pré-acordo

Em 6 de agosto, a diretoria da Caixa assinou um pré-acordo no qual assume o compromisso de cumprir o índice que for negociado para a categoria. Os demais itens da Convenção e das negociações complementares serão debatidos em mesa ainda na Campanha Salarial. Documento semelhante foi assinado entre a diretoria do Banco do Brasil e a CNB/CUT.
Na primeira cláusula do documento lê-se: “A Caixa Econômica Federal compromete-se a incluir em Acordo Coletivo de Trabalho as normas estabelecidas por meio de negociação entre a Fenaban e as entidades signatárias deste instrumento, consignadas na Convenção Coletiva de Trabalho nacional da categoria bancária para o período 2004/2005, em relação aos seguintes pontos: reajuste salarial; auxílio-refeição; auxílio-educação; abono de falta do estudante; uniforme; opção pelo FGTS com efeito retroativo; sindicalização”.
“A APCEF/SP recebeu e-mails criticando o documento, que também foi reproduzido para vários trabalhadores” – lembrou Fabiana Matheus.
Essas mensagens observam que vários itens da negociação não estão contemplados. Porém, é necessário frisar que o pré-acordo não representa o fechamento da Campanha, mas, sim, a garantia de que o reajuste da Convenção será aplicado. O restante das cláusulas permanece no processo de negociação, sendo que a disposição de luta demonstrada durante a Campanha Única determinará o avanço nas conquistas.

• Alerta

A APCEF/SP recomenda que os empregados acompanhem as negociações da Campanha Salarial nas páginas oficiais das entidades sindicais e associativas como Confederação Nacional dos Bancários – www.cnbcut.com.br -, Fenae – www.fenae.org.br -, APCEF/SP – www.apcefsp.org.br -, e sindicatos de bancários ou boletins distribuídos por essas representações.
A diretora-presidente da APCEF/SP lembrou que, durante a Campanha Salarial do ano passado, circularam informações falsas pelo correio eletrônico com o claro objetivo de confundir os trabalhadores.
“Existem pessoas que não conseguem admitir a derrota e viver em um ambiente democrático. Se a opinião não prevaleceu durante as assembléias e congressos, deve-se acatar a decisão da maioria e ajudar a construir a luta” – explicou Fabiana Matheus. “Acreditamos na Campanha Salarial Unificada como forma de ampliar nossa força. Temos de estar unidos para lutar por um reajuste que contemple aumento real de salário e novas conquistas” – finalizou.

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