A Caixa Econômica Federal anunciou como estratégia de mercado sua meta de, até 2015, atuar com 5 mil agências bancárias. Hoje, são aproximadamente 3 mil unidades. Para que o prazo seja cumprido, o processo de abertura de novos estabelecimentos segue a todo vapor na instituição.

A empreitada está sob incumbência da VILOG (Vice-presidência de Logística), que, no entanto, não dotou suas estruturas regionais, as Gilogs, de estrutura compatível com a nova demanda. A única mudança estabelecida pela direção do banco foi a transferência para as agências do gerenciamento de um recurso limitado para dar conta de pequenos consertos.

As consequências dessa precarização da gestão de logística estão recaindo diretamente sobre as agências em funcionamento. “Quando há necessidade de consertos, cujas despesas excedem o valor delimitado por agência, por exemplo em aparelhos de ar-condicionado e portas de segurança, o que temos visto é a unidade prosseguir com o atendimento bancário sem a devida reparação dos equipamentos”, relata Dionísio Reis Siqueira, diretor de Bancos Federais da Fetec/CUT-SP.

Conforme o dirigente, essa situação está precarizando também as condições de atendimento e de trabalho dos bancários. “Nas unidades onde há problemas com ar condicionado, clientes e funcionários sofrem demasiadamente nestes períodos de calor intenso. Mas, o problema ainda maior é com relação às portas de segurança”.

De acordo com o dirigente, há denúncias de agências funcionando sem o devido funcionamento das portas de segurança, colocando em risco a vida das pessoas. “Ao trabalharem no afogadilho, as Gilogs só estão priorizando o reparo nas unidades onde estão ocorrendo protestos organizados pelos sindicatos”, afirma o diretor de Bancos Federais da Fetec/CUT-SP, para quem a porta de segurança é o principal mecanismo de defesa da vida dos trabalhadores.

“A abertura de agências sem o equipamento em funcionamento vai na contramão dos debates realizados, em mesa de negociação, durante a última Campanha Nacional dos Bancários. Além disso é um retrocesso na própria gestão da Caixa, a qual já vinha implantando, desde meados da década de 2000, um projeto chamado “Agência Segura”, mas que tem sido abandonado”, complementa Dionísio.

Projeto-piloto –
Durante as negociações da Campanha Nacional dos Bancários 2012, o Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban acordaram pela instituição de Grupo de Trabalho (GT) para implantação de projeto-piloto, inicialmente no Recife (PE), para ampliar a segurança nas unidades bancárias.

Na primeira reunião do GT, realizada no último mês de novembro, os bancos concordaram em incluir novos procedimentos, como guarda-volumes no autoatendimento das agências, câmaras internas nos postos de atendimento bancário (PABs) e local específico para estacionamento de carro-forte para abastecimento das unidades. Eles também propuseram a formação de um grupo bipartite, com reuniões trimestrais, para acompanhar a evolução do projeto-piloto, cujo prazo de duração não será menor do que um ano.

Na oportunidade, a Fenaban anunciou a extensão do projeto-piloto para as cidades de Olinda e Jaboatão dos Guararapes.

Lucimar Cruz Beraldo – Fetec/SP

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