A divulgação do ranking dos maiores bancos brasileiros neste primeiro trimestre apresentado pelo Banco Central, conforme os critérios adotados pela instituição financeira, aconteceu na quinta-feira, 2.

A Caixa Econômica Federal apareceu, pela primeira vez, como o segundo maior banco do País, apenas atrás do Banco do Brasil, que manteve a liderança.

A Caixa registou um aumento de 3% em ativos totais, em relação a dezembro de 2015. O banco conquistou mais este espaço apesar do balanço do primeiro trimestre de 2016 ter mostrado que o lucro encolheu 46%, com relação ao mesmo período de 2015. Porém, dados comparativos de 2014 mostraram que a Caixa foi o único, entre os grandes bancos brasileiros, que registrou crescimento de 0,9%, maior que dos outros bancos.

De acordo com reportagem de Vinícius Pinheiro, do Valor Econômico o avanço da Caixa é resultado da política de concessão de crédito via bancos públicos implementada nos últimos anos do governo Lula e do primeiro mandato da presidenta Dilma Rousseff.

A presença da Caixa ativa no mercado incomodou os banqueiros de bancos privados, que enquanto pisavam no freio, viam o banco público conceder créditos com baixas taxas de juros. A Caixa cresceu em rentabilidade e conquistou espaço que os bancos privados ainda não conseguiram recuperar.

“Quando há investimentos em política de Estado, há fortalecimento na Caixa e consequentemente, crescimento para seus empregados com novas oportunidades. Além disso, gera mais confiança na população, que enxerga na Caixa um agente de fomento de políticas públicas ”, diz o diretor de Relações Sindicais, Sociais e Trabalhistas da APCEF/SP, Leonardo dos Santos Quadros.

Porém, neste momento, paira sobre a Caixa forte ameaça de abertura de capital. De acordo com declarações do presidente do banco Gilberto Occhi à imprensa as áreas de seguro, loteria e cartões serão as primeiras a serem privatizadas, embora a Caixa Seguros já tenha sido privatizada no segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso (FHC), ainda há participação da instituição financeira nas definições de políticas da empresa. Posteriormente a isso, conforme Occhi, deverá ser a abertura total do capital da Caixa.

Outro aspecto que assombra os empregados é a declaração sobre o fechamento de 200 a 300 agências, o que gera redução de postos de trabalho, especialmente dos cargos comissionados.

Nos planos do governo interino de Michel Temer, ainda se fortalece, a manutenção de uma política de redução de custos com pessoal, com planos de demissão e de incentivo à aposentadoria. Conforme informação da Contraf/CUT, nos últimos 12 meses a Caixa cortou 3,3 mil empregados em todo País. 

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