Em retorna Moysés, olhos voltado à terra.
Debaixo do braço, um bandolim e partituras. Partituras de bandolins, partituras de canto. Não poderia ele ter-nos feito sua visita sem tocar, sem cantar.
E retorna Moysés, olhos voltados à terra. O que mais carrega? Ah, claro, alguns textos de teatro, de anos passados, é verdade, mas não esquecidos. Não poderia ter-nos feito sua visita sem atuar.
E retorna Moysés, olhos voltados à terra. Leva desenhos, cálculos, rabiscos, pranchetas. Memórias de sua visita. Disso, fez sua profissão. Mas, entendam bem, a profissão não de quem se vê obrigado, a quem se imponha algo. Não. Não há testemunho de que algum dia tenha feito algo que não fosse pela alegria de realizar. Apenas isso.
De imperfeito, apenas o tempo. Nosso amigo, ainda adolescente pela disposição, alegria, envolvimento, lutador a cada dia e dono da indisciplina típica dos inconformados, resolveu retornar antes do que havia prometido. Deve lá ter sua razão ou quem sabe alguém o tenha chamado.
Enfim, bom retorno, amigo Moysés, olhos voltados à terra.
*Homenagem dos diretores, ex-diretores e empregados da APCEF/SP a um grande amigo e companheiro.