Segundo informações divulgadas pela Comissão Consultiva para Assuntos de Segurança Privada (CCASP), ao longo das reuniões realizadas, que conta com a participação de representantes da categoria bancária, a Polícia Federal (PF) aplicou cerca de R$ 19,062 milhões em multas contra 20 bancos por falhar na segurança de agências e postos de atendimento bancário. O valo corresponde a um crescimento de 535,90% em relação a 2013.

A Caixa aparece na listagem, com R$ 1,593 milhão em multas.

O levantamento foi elaborado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com dados da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT).

Dentre as irregularidades punidas, constam principalmente o número insuficiente e a falta de rendição de vigilantes de almoço, alarmes e portas giratórias inoperantes, transporte de valores ilegalmente por bancários, inauguração de agências sem plano de segurança aprovado pela PF e cerceamento da fiscalização de policiais federais, dentre outras.

Nas reuniões da CCASP houve também aplicação de multas e outras penalidades contra empresas de segurança, vigilância e transporte de valores e cursos de formação de vigilantes, igualmente por descumprimento da legislação federal e das normas da Polícia Federal.

Bancos não priorizam segurança

Para a Contraf/CUT, as informações comprovam que os bancos continuam atuando com descaso na segurança das agências. O entendimento é de que os recursos advindos com os lucros exorbitantes poderiam estar sendo investidos na preservação da segurança dos bancários, vigilantes, clientes e comunidade em geral.

Segundo pesquisa nacional feita pela Contraf/CUT em parceria com a Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV) revelou que houve 32 mortes em assaltos envolvendo bancos no primeiro semestre do ano passado, reforçando o descaso dos bancos com a segurança. Diante disso, a representação nacional dos bancários denuncia: "É inaceitável que tenhamos mortes, feridos e pessoas traumatizadas por falta de segurança nos bancos".

A Contraf/CUT diz que, além de mais investimentos dos bancos em segurança, existe a necessidade de retomada da análise do projeto de lei do estatuto de segurança privada, em elaboração no Ministério da Justiça. A luta da categoria bancária é pela atualização da legislação em vigor, com avanços da lei nº 7.102/83, de modo a garantir novos equipamentos de prevenção contra assaltos e sequestros, colocando assim a proteção da vida das pessoas em primeiro lugar.

A próxima reunião da CCASP em 2015 está agendada para o dia 4 de março.

Fonte: Fenae Net