Terminou na última sexta-feira, 16 de agosto, a segunda rodada de negociações da Campanha 2013, que tratou de saúde e condições de trabalho, emprego e igualdade de oportunidades. O resultado não foi nada animador. Os bancos rejeitaram todas as reivindicações apresentadas pelo Comando Nacional.

Segundo o presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional dos Bancários, Carlos Cordeiro, como acontece todos os anos, os banqueiros só agem sob pressão. "Na próxima semana não haverá negociação. Por isso é importante que todas as nossas entidades intensifiquem a preparação do Dia Nacional de Luta no dia 22, com passeatas em todo o país, e a greve geral do dia 30 convocada pelas centrais sindicais", declarou Cordeiro.

A segunda rodada começou na quinta-feira, dia 15 de agosto, e os bancos, desde o ínicio das negociações se mostraram inflexíveis recusando as reivindicações sobre o fim das demissões imotivadas, da rotatividade e sobre o respeito à jornada de 6 horas. Na continuação dos trabalhos, na sexta-feira, eles recusaram também as demandas relativas às terceirizações, aos correspondentes bancários, à criação de comissão para acompanhar mudanças tecnológicas e ao projeto dos bancários sobre ampliação do horário de atendimento ao público, além da implementação de medidas práticas para coibir discriminações e promover a igualdade de oportunidades.

Basta de terceirização

Os bancários querem que os bancos suspendam a implantação de projetos de terceirização. Eles pedem a recontratação de pessoal terceirizado dos setores de; recursos humanos, compensação, tesouraria, caixa rápido, home banking, autoatendimento, teleatendimento, cobrança, cartão de crédito, retaguarda, concessão de crédito e atendimento direto ao cliente com produtos e serviços bancários, como bancários.

Os bancos rejeitaram a proposta e a Fenaban, ao contrário dda reivindicação da categoria, quer terceirizar todo o serviço bancário. São os bancos que estão coordenando a bancada empresarial na mesa quadripartite (que inclui ainda trabalhadores, governo e parlamentares)para discutir o PL 4330 que regulamenta a terceirização e precariza o trabalho. Se o PL for aprovado, o sistema financeiro estará livre para terceirizar os caixas e gerentes.

Correspondentes bancários

Os representantes patronais também recusaram a reivindicação para que os bancos universalizem o atendimento bancário para todos os municípios do país, dentro de um processo de inclusão bancária, assegurando a prestação de todos os serviços, que devem prestados por bancários em agências e PABs, visando garantir qualidade de atendimento, segurança e proteger o sigilo bancário.

Comissão sobre mudanças tecnológicas

Os bancários querem criar uma comissão bipartite sobre mudanças tecnológicas com o objetivo de impedir demissões. A ideia é discutir, acompanhar e apresentar propostas diante de projetos de mudança tecnológica e organizacional das empresas, assim como reestruturações administrativas e introdução de novos equipamentos. Os bancos não aceitaram a criação da comissão e argumentaram que cada instituição tem sua própria política tecnológica. A proposta dos bancos é a realização de um seminário sobre o tema.

Horário de atendimento ao público e controle de filas

Os bancários pedem a criação de dois turnos de trabalho para viabilizar o cumprimento do horário de atendimento ao público das 9h às 17h, com proibição de abertura das agências aos sábados, domingos, feriados e período noturno. A categoria pede também medidas para diminuir o tempo de espera dos clientes e usuários nas filas com a contratação de pessoal. Todos os pedidos foram negados pelos bancos.

Promoção da igualdade de oportunidades

A reivindicação dos bancários é que os bancos tomem medidas concretas para democratizar o acesso e as promoções nas empresas, garantindo que mulheres, negras, indígenas, homoafetivos e deficientes tenham igualdade de condições de contratação, independentemente de idade e condição socioeconômica. A ascensão profissional deve ser a partir de critérios objetivos, transparentes e democráticos.

As empresas precisam incorporar o respeito à igualdade de tratamento entre mulheres e homens como um valor organizacional, devendo, para tanto, adotar medidas preventivas e planos de ação para a eliminação de quaisquer práticas discriminatórias nos locais de trabalho.

E pela primeira vez, os bancários incluíram na pauta cláusula reivindicando que seja assegurado no quadro de empregados de cada banco o percentual mínimo de 20% de negros e negras.

Os negociadores da Fenaban concordam em geral com os diagnósticos sobre a necessidade de promoção da igualdade de oportunidades, mas argumentam que isso deve acontecer naturalmente e se recusam a adotar medidas objetivas e concretas.
 

Compartilhe: