ag parapuã
Manifestação na agência Parapuã, em 31 de outubro, na capital

A direção da Caixa é, realmente, paradoxal. Ao mesmo tempo que anuncia um plano de ação visando à manutenção, à limpeza e à organização do local de trabalho, inaugura agências novas sem as mínimas condições de trabalho, de atendimento e de segurança.

Pressupõe-se que, para abrir um novo local para atendimento ao público, tudo esteja funcionando a contento: rede elétrica, sistema de refrigeração, segurança, entre outros.

Mas em todo o País, este cenário ideal está longe de ser encontrado nas unidades da Caixa.

Nas agências novas, é comum nos depararmos com os mesmos problemas estruturais, de pessoal e de segurança das antigas, como por exemplo:
– geradores expostos na calçada, em locais não apropriados para o acondicionamento de combustível altamente inflamável;
– falhas na rede elétrica que ocasionam constantes oscilações no sistema do banco e, ainda, agravam o já ineficiente sistema de refrigeração;
– falta de artigos básicos para o trabalho como cadeiras, material de escritório, galões de água e até telefone;
– número insuficiente de empregados para suprir a demanda: as agências já iniciam suas atividades com um contingente de trabalhadores bem inferior ao montante de serviço.

Na verdade, todo este cenário nas unidades da Caixa traz à tona um problema recorrente desta direção do banco: a falta de planejamento de suas ações.

A má gestão tem gerado desgaste da imagem da empresa perante a sociedade, afastando clientes das agências. Sem contar o incômodo causado à vizinhança das novas unidades – uma vez que todas trabalham com geradores: o barulho do aparelho agregado ao mau cheiro advindo da queima do combustível (óleo diesel) causa descontentamento entre os moradores das regiões que abrigam as unidades do banco.

“O que temos constatado em nossas visitas às agências da Caixa é o evidente descomprometimento da gestão do banco com itens primordiais para as boas condições de trabalho e de atendimento à população”, comentou o diretor-presidente da APCEF, Sérgio Takemoto. “É preciso planejamento para que tudo funcione a contento e a altura de uma instituição pública como é a Caixa Econômica Federal”, completou.

Não tem condições! – na última semana, duas agências visitadas pela APCEF em conjunto com os Sindicatos de Bancários – uma na capital (Parapuã) e outra no interior (Boa Vista, em Limeira) – foram fechadas por falta de condições mínimas de trabalho e de atendimento.

Em 31 de outubro, por causa da situação caótica na agência Parapuã, representantes da APCEF e do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região realizaram manifestação na unidade.

Além de distribuir uma carta aberta à população denunciando as más condições de trabalho na agência, os dirigentes realizaram, também, reunião com os empregados.

Nem foi preciso esforço dos dirigentes para fechar a unidade, uma vez que a mesma não apresentava condições alguma para funcionar, já que estava sem energia elétrica desde o dia anterior, 30 de outubro.

Em Limeira, a agência Boa Vista teve de ser fechada, em 1º de novembro, porque não apresentava sequer cadeiras, materiais de escritório e telefone.

“Até quando a direção da Caixa pretende levar adiante esse descaso que assola as unidades e os empregados de todo o País?”, comentou o diretor-presidente da APCEF. “Se a situação está neste nível nas unidades novas, imagine nas agências antigas! Queremos uma gestão que cuide do patrimônio físico e humano do banco! Queremos condições dignas de trabalho e de atendimento!”, disse o dirigente.

Para Sérgio Takemoto, a falta de planejamento passa, inclusive e principalmente, pelas Gilogs, que também não possuem número suficiente de empregados para atender à tamanha demanda. “A direção da Caixa deveria fazer um check list nos requisitos básicos de implementação de qualquer ação para que não aconteçam disparates como os que temos acompanhado nas agências”, completou o dirigente.

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