O ministro da Economia, Paulo Guedes, pretende antecipar o repasse de dividendos da Caixa referente ao primeiro semestre de 2019.

De acordo com reportagem do jornal o Estado de S. Paulo, Guedes não tem interesse em apresentar ao Congresso uma revisão da meta e trabalha para conseguir R$ 20 bilhões de receitas extras até o fim deste ano sem precisar, portanto, da aprovação de deputados.

O Orçamento do Brasil é debatido e votado anualmente pelos deputados federais desde 1830.

A peça orçamentária para este ano, de R$ 3,38 trilhões, foi aprovada no Congresso Nacional no início do atual mandato e sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro. Créditos suplementares estão previstos em lei, mas precisam ser votados pelo Congresso. Guedes parece não ter interesse em dialogar com os deputados e, com isso, pode prejudicar o crescimento da Caixa, que registrou lucro de R$ 3,92 bilhões no 1º trimestre deste ano.

Em 15 de agosto o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, anunciou a devolução de R$ 7,35 bilhões ao Tesouro e já informou que pretende pagar mais R$ 10 bilhões até o final de 2019, sendo que, em junho, já havia repassado 3 bilhões. Valores referem-se ao resgate de IHCD (Instrumentos Híbridos de Capital e Dívida).

Como presidente da Caixa, Guimarães deveria trabalhar de acordo com o interesse da instituição e não contribuir com a aceleração do processo de descapitalização da banco. Esse resgate de IHCD´s, somada à antecipação do pagamento de dividendos, reduzem o patrimônio da Caixa e, consequentemente, seu índice de Basileia, comprometendo a capacidade do banco de conceder novos créditos.

Com fôlego menor para efetuar empréstimos, a Caixa corre risco de perder mercado para os bancos privados. A diminuição de recursos disponíveis para operações em mercado e empréstimos impactará no lucro do banco, já que as operações serão menores. Prejudicando, também e contraditoriamente, a economia do país, já que a Caixa diminuiria sua contribuição para o fomento da economia de vários municípios brasileiros, muitos destes tendo a Caixa como o principal banco da região.

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