Com a participação de mais de 265 delegados e delegadas de todo o Brasil, chegou ao final o 36º Congresso Nacional dos Empregados da Caixa Econômica Federal (Conecef). O evento foi realizado pela primeira vez de forma digital, em função o isolamento social imposto pela pandemia do novo coronavírus.

Com o mote “A distância não nos limita”, ao longo de mais de duas horas de transmissão, o evento contou com a participação de bancárias e bancários de todo o Brasil. Ao longo do Congresso virtual foram realizadas apresentações culturais e participação de diversos colegas.

Defesa dos bancos públicos

Pela primeira vez, trabalhadores dos bancos públicos federais realizaram, na noite de sexta-feira (10), a abertura conjunta dos seus congressos nacionais que irão definir a pauta de reivindicações para campanha Nacional 2020. A demonstração de unidade do  36º Congresso Nacional dos Empregados da Caixa Econômica Federal (Conecef), do 31º Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil (CNFBB), do 26º Congresso Nacional dos Funcionários do BNB e do 11º Congresso Nacional dos Funcionários do Banco da Amazônia é para enfrentar um inimigo em comum: a agenda ultraliberal do governo Bolsonaro que tem como pilares a privatização de empresas públicas e a retirada de direitos dos trabalhadores. Os empregados dos bancos públicos deram um recado: não faltará resistência para combater os retrocessos, mesmo diante da situação de pandemia que tem exigido isolamento social. 

Luiz Gonzaga Belluzzo

O Economista e professor titular do Instituto de Economia da Unicamp, Luiz Gonzaga Belluzzo, palestrante convidado para abertura do 36º Conecef, do 31º Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil, do 26º Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Nordeste do Brasil e do 11º Congresso Nacional dos Funcionários do Banco da Amazônia, destacou a importância dos bancos públicos para a recuperação do país em momento de crise, como o que estamos vivendo.

“Não há nenhuma possibilidade da economia brasileira se recuperar sem a atuação dos bancos públicos. Vemos isso no atual momento. O governo disponibilizou recursos para os bancos emprestarem para pequenas e médias empresas, mas os bancos privados não estão emprestando. Somente os bancos públicos estão liberando os recursos. Os bancos privados têm medo de calote e eles estão certos, porque o Estado não deu as garantias necessárias para que os bancos emprestassem. Somente os bancos públicos podem socorrer as empresas”, observou o economista.

Funcef

Os delegados e delegadas do 36º Conecef aprovaram, durante plenária no sábado (11), manifesto em defesa da Funcef.  Segundo o documento, é preciso que se restabeleça o respeito aos participantes ativos, aposentados e assistidos de todos os planos e benefícios.

Ainda, segundo os delegados, “o regulamento do Não Saldado foi alterado, sem que se respeitasse a ordem estatutária de exigência de maioria de votos. As alterações são quebra de contrato, em prejuízo dos participantes. A seguir a cantilena, outros regulamentos serão aprovados. Mais prejuízos”. 

Eduardo Moreira

Só é possível imaginar um Brasil com justiça social e democracia com uma Caixa Econômica Federal 100% pública e fortalecida. Essa é a visão do economista e escritor Eduardo Moreira, painelista convidado para falar sobre o eixo Defesa da Democracia, das Empresas Públicas, Bancos Públicos e Caixa 100% Pública durante o 36º Conecef também no sábado (11).

Durante um vídeo com cerca de 20 minutos de duração, Moreira apresentou, em linguagem acessível, conceitos como o papel do Estado, o funcionamento do sistema financeiro e a importância de um banco público para mitigar as desigualdades sociais.

Saúde dos empregados

Antes do início dos debates, os delegados e delegadas do encontro acompanharam a exposição da médica e pesquisadora em saúde do trabalhador, Maria Maeno. 

A especialista destacou o papel imprescindível do banco público durante a pandemia e o esforço dos trabalhadores da Caixa para atender à população.  Segundo ela, falta de valorização do trabalho dos empregados por parte da direção da empresa. 

Caio Blanco

Uma apresentação descontraída do advogado, ator, escritor e, agora também, palestrante (como ele próprio definiu), Caio Blanco, marcou os debates sobre Direitos no 36º Conecef. De forma irreverente, Blanco falou sobre direitos, descrevendo a origem da palavra aos conceitos que temos hoje do que é ter direito. Ele também lamentou os recentes e frequentes ataques que a Constituição Federal vem sofrendo. 

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