Quais momentos registrar ao comemorarmos esses 100 anos de vida?
Naturalmente, tendemos a valorizar aquilo que presenciamos, o que, neste editorial quase crônica, pautará nossas lembranças, com o pedido antecipado de desculpas aos nossos leitores.
Preferimos o que vimos àquilo que ouvimos, embora o testemunho do passado seja conselheiro indispensável e a história contada por alguém por vezes confunde-se com a vivida, o que permite que dela nos apropriemos sem pudor.
Não pretendemos enaltecer historicamente a vida dessa jovem senhora, mas contar algumas de nossas alegrias, ou das alegrias contadas por muitos, como se fossem nossas histórias.
Contemporâneos de mudanças importantes, elas aqui se refletiram.
Há 20 anos, aprendemos a caminhar por nós mesmos, sob a proteção de muitos e a coordenação de uma inteligência privilegiada.
Depois, houve o tempo marcado pela dedicação, por vezes não muito bem-compreendido, mas que reafirmou a marca do envolvimento e da fidelidade àquilo em que se acredita, tempo que merece o nosso respeito pelo aprendizado que nos conferiu.
Houve o tempo de ousadia, de frutos e de contratempos, mas, afinal, de reflexão e retorno ao caminho no qual todos se vêem refletidos.
Houve o tempo de novos conflitos, respeito mantido a um ideal, que só foi de ajuda à construção da esperança, pois sustentado pelo que se construiu em tempos anteriores.
Além deles, louve-se o tempo da criatividade, sem que se perca a defesa do interesse maior de tantos, que estão em torno dessa senhora.
Em todos esses períodos, há o testemunho do semblante adolescente, embora de cabelos brancos. Adolescente pelo inconformismo e pela disposição.
Esses tempos se passaram, mas, mesmo que pareça paradoxal, permanecem.
Confundem-se com lúcias, nivaldos, antônios, marcos, patrícias, tânias, valquírias e vanices, tantos e tantos outros que submetidos permanentemente à “modernidade” do indivíduo, insistem em valorizar a soma de indivíduos, os olhos de muitos, certos de que vencerão, pois assim vem-se construindo um centenário.
Tomamos emprestado o título de uma canção de Caetano Veloso, feita para Chico Buarque gravar nos difíceis anos 70.
Nossa festa é imodesta, pois, modéstia à parte, somos vinculados a uma centenária associação, criada sob o amparo de um mais que centenário banco social.
Ao somar-se mais um ano de vida à jovem senhora, ela se torna mais jovem.

Diretoria da APCEF/SP
Gestão Nossa Luta

Compartilhe: