Em nome da integridade física e da sanidade mental de uma trabalhadora da Caixa, a gerente geral, sensibilizada com a situação da empregada, deslocou-a de área em virtude das frequentes agressões e ofensas que sofria de clientes na atividade de atendimento ao público.

Este fato aconteceu em agência na cidade de São Paulo, mas não é fato isolado. Todos os dias os empregados da Caixa passam por uma série de constrangimentos, agressões verbais e até físicas durante o atendimento à população.

E de quem é a culpa? Da população, que espera por mais de horas para ser atendida, que muitas vezes está em situação de estresse, desempregada ou aguardando um benefício? Do empregado, que está sobrecarregado, enfrentando péssimas condições de trabalho, que não consegue se ausentar do guichê nem ao menos para ir ao banheiro?

A estratégia da direção da Caixa é colocar a população e os empregados em campos opostos, ganhando o apoio popular de que a solução para os problemas é a privatização do banco público.

Mas, o que significa privatizar a Caixa?

Para a sociedade, o fim de um banco público que fomenta políticas sociais como a gestão de programas de transferência de renda para a população carente, que oferece juros menores para o financiamento da casa própria, que auxilia e apoia o trabalhador e o desenvolvimento do país.

E para o empregado da Caixa, a privatização do banco público é benéfica? Engana-se aquele que ainda acredita estar protegido da crueldade do processo de privatização no sistema financeiro, haja vista o que aconteceu nos anos 90 com as privatizações dos bancos estaduais Banerj – Banco do Estado do Rio de Janeiro e Banespa – Banco do Estado de São Paulo.

A privatização não é meramente a transferência do capital público para o privado. A experiência brasileira mostra que para o sistema financeiro só interessa a carteira de clientes, as contas, os investimentos e, no caso da Caixa, a gestão do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), que representa cerca de 21,4% do recurso gerado pelo banco público (tarifas de serviços).

Terra arrasada – o que a direção da Caixa coloca em prática hoje é a política de esvaziamento, redução de empregados por meio do Programa de Desligamento Voluntário Extraordinário, a não contratação dos aprovados em concurso, o fechamento de agências, a retirada e extinção de funções, assim, preparando o terreno para a privatização do banco público. Compactuando com tudo isso, a reforma trabalhista e a lei da terceirização atendem às políticas do governo neoliberal de Temer, com o desmonte das empresas públicas, a supressão dos direitos dos trabalhadores, o aumento do desemprego e a precarização do trabalho.

“O governo destrói os direitos dos cidadãos e a soberania nacional, acirra as desigualdades sociais, retira a perspectiva de futuro de uma Nação e o que vai sobrar deste país para a classe trabalhadora?”, aponta a diretora da APCEF/SP Ivanilde de Miranda.

Denuncie – a APCEF/SP tem um canal direto com os empregados da Caixa em todo o Estado de São Paulo, entre em contato pelo telefone: (11) 3017-8315 ou envie e-mail para: sindical@apcefsp.org.br.

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