Alvo de graves denúncias de assédio sexual feitas por empregadas da Caixa, Pedro Guimarães, presidente do banco público, entregou carta de demissão ao presidente Jair Bolsonaro no fim da tarde desta quarta-feira (29). O executivo estava no cargo desde janeiro de 2019.

Pedro Duarte Guimarães é acusado de assédio sexual por várias empregadas da entidade. A informação se tornou pública na noite desta terça-feira (28), pelo site Metrópoles, e rapidamente ganhou repercussão nacional, e até internacional.

Segundo a reportagem, no fim do ano passado, um grupo de empregadas que trabalham ou trabalharam em equipes diretamente ligadas ao gabinete da presidência da Caixa, decidiram romper o silêncio e fazer a denúncia do assédio a que vinham sendo submetidas ao Ministério Público Federal. O Ministério Público abriu uma investigação para apurar os fatos, mas os detalhes do caso permanecem sob sigilo.

Durante todo o dia, o assunto esteve entre os mais comentados do Twitter. Entidades representativas dos empregados realizaram atividades repudiando a prática de assédio, cobrando apuração dos fatos e, como medida protetiva às vítimas que denunciaram, o afastamento imediato do presidente. Um ato na entrada do prédio da Matriz do banco, em Brasília, contou com a cobertura da imprensa. As entidades também subscreveram carta aberta, em que cobravam, do governo Bolsonaro, o rigor na apuração, o afastamento do presidente e a proteção às vítimas, solidarizando-se com elas e colocando-se à disposição para prestar o apoio necessário.

“A sociedade não pode tolerar a prática de entregar uma carta de demissão como medida paliativa que ‘acerta tudo’. O povo brasileiro merece respeito. Queremos urgência na investigação das denúncias e na punição exemplar dos culpados”, reforçou o diretor da Apcef/SP, Edvaldo Rodrigues.

Quem deve assumir o posto de presidente da Caixa Econômica Federal é Daniella Marques, secretária especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia, considerada braço direito de Paulo Guedes.

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