A Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa) continua aguardando que o banco apresente uma proposta de inclusão dos novos empregados na cobertura do Saúde Caixa. Na reunião realizada na tarde desta quarta-feira (29), a direção da Caixa não apresentou nenhuma proposta oficial. Na videoconferência, foi apresentada apenas a necessidade de assinar um aditivo para a alteração, mas sem esclarecer em quais parâmetros. O banco ainda reforçou que o Saúde Caixa tem problema de sustentabilidade, por conta do déficit recorrente desde 2016.

A CEE/Caixa reiterou a necessidade de respeito aos trabalhadores que estão correndo riscos ao se colocarem na linha de frente de atendimento à população durante a pandemia do coronavírus (Covid-19). “Empregados ativos, aposentados, pensionistas e dependentes todos sabemos a relevância dessa assistência e não vamos renunciar a isso. A assistência à saúde permite que o trabalhador da Caixa possa cuidar da sua saúde e de sua família. Lutamos para que o Saúde Caixa permaneça como um direito e inclua todos os empregados, independente da data de contratação”, afirmou Fabiana Uehara Proscholdt, secretária da Cultura e representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) nas negociações com o banco.

Fabiana, que também é membro do Conselho de Usuários do Saúde Caixa, lembrou que o banco alterou seu estatuto em 2017, para impor a limitação de sua contribuição para a assistência à saúde dos empregados a 6,5% da folha de pagamento, fórmula que não garante sustentabilidade ao programa. “A luta continua para a retirada desse limitador” ressaltou.

A Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) também está atenta a situação dos empregados sem o Saúde Caixa e cobra o plano para todos os empregados. A Federação e a Contraf/CUT enviaram no dia 22 de abril, um ofício endereçado ao presidente da Caixa, Pedro Guimarães, reivindicando que excepcionalmente, por 120 dias, os empregados admitidos a partir de 01/09/2018 sejam incluídos do Saúde Caixa e possam ter direito ao plano de Saúde dos trabalhadores da Caixa durante a fase mais crítica da pandemia do coronavírus no Brasil.

“É responsabilidade da Caixa que todos os empregados tenham plano de saúde e cuidar do bem-estar dos trabalhadores. Com a pandemia, isso ficou muito mais evidente e a responsabilidade aumenta porque grande parte desse grupo são pessoas com deficiência. Não é possível ter quase 84 mil empregados sendo que apenas dois mil não tem o plano de saúde”, afirmou o presidente da Fenae.

Histórico – Apesar de redobrar a importância durante a pandemia, a reivindicação do Saúde Caixa para todos não é nova. Em janeiro de 2018, o Ministério do Planejamento publicou a resolução CGPAR nº 23, que impede que os novos empregados tenham direito ao plano existente. Medida que a Caixa adotou no ingresso de novos empregados – aprovados no concurso de 2014 – a partir de 1º de setembro de 2018.

Em agosto de 2019, foi lançada a campanha “Saúde Caixa para todos”. A ação foi uma das resoluções do 35º Congresso Nacional dos Empregados da Caixa Econômica Federal (Conecef), realizado no início do mesmo mês.

A cobertura de assistência de saúde para todos foi reforçada em várias reuniões da mesa permanente de negociação com a Caixa. E por último, a Contraf-CUT enviou um ofício ao banco, no dia 25 de março, para reivindicar que a Caixa inclua os mais de dois mil novos empregados, em sua maioria PCDs, no Saúde Caixa.

“A CEE espera seriedade na negociação e compromisso com os trabalhadores e com o Saúde Caixa. Por isso, aguardamos o agendamento de uma nova reunião para a apresentação de uma proposta efetiva, o quanto antes”, finalizou Fabiana Uehara.

Outras cobranças – Na videoconferência desta quarta-feira, os empregados cobraram ainda a manutenção do contingenciamento para a entrada nas agências, mesmo com as filas nas portas; a necessidade de respeitar a jornada dos empregados; a testagem de todos os bancários, como política de prevenção; e a efetivação da campanha de vacinação da gripe e da H1N1.

Compartilhe: