A Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) convoca os empregados do banco público que trabalharam ou estão trabalhando presencialmente na pandemia a responderem ao formulário da pesquisa “Projeto Covid-19 como uma doença relacionada ao trabalho”, elaborada por cientistas de instituições como a USP e a Universidade Estadual Paulista (Unesp). Ao responder o questionário, essencial para auxiliar na prevenção da doença e minimizar suas consequências clínicas e sociais nas unidades da Caixa, a identidade do bancário fica mantida em total sigilo. Quem for do banco público, há a opção de clicar aqui e participar da pesquisa.

A iniciativa de preencher o formulário, sobretudo por quem encontra-se na linha de frente, como é o caso de boa parte dos empregados da Caixa, cujo trabalho mostrou-se fundamental para o fomento às políticas públicas em tempos de pandemia, tem sido determinante para o planejamento de ações de proteção à saúde do trabalhador e contra a retirada de direitos. Essa participação visa ajudar a que sejam adotadas medidas mais efetivas voltadas aos trabalhadores do banco. Mais ações podem ser criadas a partir dos resultados obtidos pelo estudo do Comitê de Ética de Pesquisas da Unesp, cujo propósito é a elaboração do “Dossiê Covid-19 no mercado de trabalho”, com base no registro da história contada sob o ponto de vista do bancário e de trabalhadores de outras categorias profissionais. Um dos objetivos é dar visibilidade ao trabalho presencial de todos os que trabalharam ou continuam trabalhando durante a pandemia.

Desde 2020, por acordo de cooperação técnica assinado com a Associação de Saúde Ambiental e Sustentabilidade (Asas), a Fenae vem contribuindo com a realização dessa pesquisa, aprovada por profissionais renomados em medicina do trabalho, saúde pública e saúde do trabalhador. “Essa, portanto, é a chance do empregado da Caixa colaborar com a elaboração de um dossiê sobre a Covid-19 no trabalho, tendo como referência informações para serem utilizadas na defesa dos direitos dos trabalhadores”, explica Maria Maeno, médica, pesquisadora do Trabalho e doutora em Saúde Pública pela USP, em vídeo no qual convida a classe trabalhadora a participar da pesquisa.

Segundo Maeno, que faz parte do grupo de pesquisadores, a voz dos trabalhadores precisa ser ouvida por toda a sociedade. “Ninguém melhor do que eles para narrar de como trabalharam e trabalham, em quais momentos perceberam os perigos da doença e de como foram as providências tomadas pela direção do banco para que fossem protegidos”, argumenta. A médica diz que, no portal www.congressointernacionaldotrabalho.com, podem ser encontradas informações sobre a pesquisa e sobre a história de vida de trabalhadores que morreram e dos que sobreviveram, além de notícias sobre a Covid-19 no ambiente de trabalho. Em caso de dúvida ou dificuldade para preencher o formulário, basta manter contato com a Fenae e outras entidades representativas ou enviar um e-mail para dossiecovid@gmail.com.

Na avaliação da Fenae, até por conta do trabalho essencial para pagamento do auxílio emergencial e de outros benefícios sociais, a pesquisa para os empregados da Caixa tem peso acentuado. Daí a importância de os trabalhadores do banco responderem o questionário com a urgência que o momento requer. As Associações do Pessoal da Caixa (Apcefs) também são convidadas a aderir ao processo instaurado pela pesquisa, que, entre outras atribuições, visa reafirmar a relevância das políticas públicas para a superação da crise causada pela pandemia.

Para Dionísio Reis, diretor da região Sudeste da Fenae e diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, a importância de os empregados da Caixa preencherem o formulário da pesquisa está no fato de que, a cada momento, aumentam exponencialmente os casos de contaminações e mortes por Covid-19 no banco. “Foram 19 em 2020 e, em menos de dois meses neste ano de 2021, há o registro de 40 óbitos. É urgente a aposta em políticas públicas atentas para a situação de calamidade pública no país devido à pandemia”, reitera.

Dionísio Reis considera preocupante o incremento de contaminações e mortes no conjunto da população brasileira, o que reflete entre os empregados do único banco 100% público do país, com muitas perdas para as famílias dos trabalhadores. Segundo ele, além de representar um completo descuido no atendimento essencial em prol da população, essa situação desumana tem relação direta com as metas impostas aos empregados em plena pandemia pela gestão Pedro Guimarães.

“Não dá para aceitar a imposição de metas desumanas em plena crise sanitária que mudou as relações sociais no Brasil e no mundo e adoece os empregados da Caixa, já extremamente sobrecarregado. São muitas as denúncias de assédio moral, incluindo pressões absurdas para a abertura de agências mesmo sem a devida higienização contra a Covid-19, assim como trabalhadores adoecidos trabalhando para cumprir metas por pressão da direção do banco”, protesta o diretor da região Sudeste da Fenae.

Portanto, os empregados da Caixa devem participar da pesquisa e contribuírem, assim, com a coleta de informações sobre como o novo coronavírus atingiu os trabalhadores do banco. Com base nessas informações, será possível planejar ações para prevenir a doença e evitar a sua proliferação no ambiente de trabalho. Detalhe importante: o formulário da pesquisa pode ser respondido pelo celular ou pelo computador. Participe!

Compartilhe: