No último dia 16, a vice-presidente de Pessoas, Girlana Granja Peixoto, realizou uma live às 16 horas que foi anunciada como um evento para todos os empregados. De saída, o horário do evento mostra o desconhecimento da administradora responsável pela política de pessoal da empresa sobre um dos itens mais básicos na relação de trabalho, que é a jornada. Se era para todos, iniciar às 16 horas impedia a participação daqueles que tem jornada de 6 horas, a não ser que estes empregados permanecessem na unidade sem o registro da jornada, o que caracterizaria descumprimento das normas da empresa.

Durante a transmissão ao vivo, um dos temas tratados por Girlana foi a extensão do Projeto Remoto Simplificado, o home office implementado aos empregados após discussão com as entidades como forma de prevenção à Covid-19. Girlana disse que, a partir do dia 17 de julho, ficaria à cargo de cada chefia realizar a prorrogação, de acordo com as diretrizes de cada vice-presidência. Desta forma, tenta descentralizar a política de prevenção, que deveria ser responsabilidade da área de Pessoas, incentivando conflitos entre os colegas e, ainda, ignorando a necessidade de negociar com os sindicatos as garantias para um eventual retorno seguro em meio a recordes de mortes causadas pela pandemia.

Outro ponto questionável na fala de Girlana foi quando tratou do Saúde Caixa. Ela omitiu que o teto para o custeio do plano, de 6,5% da folha salarial, foi uma imposição da empresa, que o incluiu em seu Estatuto em dezembro de 2017 – antes mesmo de o governo publicar a resolução CGPAR 23 – afrontando o princípio da livre negociação. Na ocasião, apenas a conselheira eleita pelos empregados, Maria Rita Serrano, foi contrária ao teto.

O Acordo Coletivo assinado em 2018 impediu que este teto fosse aplicado já em 2020, possibilitando que os empregados buscassem, na renovação do Acordo, manter esta condição.

Em consequência da política nefasta de corte de direitos adotada por Temer, ampliada no atual governo e executada pela direção da Caixa, o Saúde Caixa deixou de ser oferecido aos novos empregados. Desde então, as entidades lutam para resolver esta situação. Os trabalhadores não vão se deixar ludibriar por esse discurso que tem por objetivo tentar dividir e confundir para desmobilizar e impor retrocessos na renovação do Acordo que se aproxima.

As entidades que representam os bancários da Caixa esperam que a Vipes, de fato, tenha compromisso com as Pessoas, garantindo condições de trabalho e vida melhores e que os códigos de conduta e ética sejam instrumentos efetivos da alta administração do banco.

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