A Caixa vai parar na próxima terça, 27 de abril. A decisão é dos empregados do banco público, que se reuniram em assembleias virtuais pelo País ontem (22) e decretaram estado de greve.

“Vivemos um momento difícil da realidade brasileira e da Caixa. Para enfrentar os desafios colocados é importante que os trabalhadores fiquem juntos com suas entidades representativas e participem das decisões e atividades”, aponta a representante dos empregados do banco no Conselho de Administração, Rita Serrano.

Um dos motivos para a paralisação é a chamada privatização fatiada, ou venda disfarçada do único banco 100% público do País. O mais novo alvo do governo Bolsonaro e de seu ministro Paulo Guedes é a Caixa Seguridade, que terá seu capital aberto na próxima quinta-feira (29).

Os recursos obtidos com a venda serão devolvidos ao Tesouro Nacional, por meio dos Instrumentos Híbridos de Capital e Dívida (IHCDs). As duas operações, somadas, podem acabar com a Caixa, pois vão promover a descapitalização do banco e tira uma de suas grandes fontes de receita.

Outro motivo é o assédio institucional que existe hoje na empresa e as metas desumanas, com empregados obrigados a trabalhar à exaustão sem serem valorizados. “As condições de trabalho são precárias e as pessoas têm medo também por conta da pandemia”, avalia a coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, Fabiana Uehara Proscholdt, que também é secretária de Cultura da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).

A Caixa, por pura liberalidade, também não pagou corretamente a PLR Social e sequer comunicou o fato aos empregados. O estado de greve e a paralisação foram deflagrados ainda para cobrar melhores condições de trabalho e de atendimento à população, por meio de mais contratações, proteção contra a covid-19 e vacinação prioritária para os empregados do banco, com a reivindicação de inclusão no Plano Nacional de Imunização.

Os ataques promovidos pela direção da Caixa e pelo governo federal prejudicam a todos: funcionários, população e País, que corre o risco de perder o banco que atende à sociedade nos momentos em que ela mais precisa.

Com informações da Contraf-CUT

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