Depois de muita cobrança da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE), a primeira reunião do grupo de trabalho (GT) de Promoção por Mérito, comissão paritária formada por representantes da Caixa e dos empregados, foi realizada por videoconferência nesta quarta-feira (16). Porém, terminou sem acordo.

Desde o fim da Campanha Nacional dos Bancários de 2020, os representantes dos trabalhadores tentam agendar uma data, sempre cancelada ou adiada pela direção do banco público. A urgência para o início das discussões é motivada pela proximidade do fim do ano, já que este GT discute as formas de avaliação que serão levadas em consideração para os empregados receberem o Delta no ano seguinte.

Em função do curto prazo, que na prática inviabiliza a divulgação dos critérios aos empregados, adequação de sistemas e atualização de normativos, os representantes dos empregados apresentaram a proposta de que todos os empregados que não estiverem enquadrados nos impedimentos previstos pelo RH 176 fossem contemplados com o Delta. “Nós não estamos em um ano de avaliação dos empregados. Nós estamos em um período de reconhecimento por todo o trabalho feito heroicamente durante a pandemia. Como a empresa quer dizer que os empregados que estão trabalhando quase todos os sábados e até hoje, em muitas agências, atendem o público até as 21 horas e são cobrados por metas não merecem Delta?”, disse o diretor-presidente da Apcef/SP, Leonardo Quadros.

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A Caixa negou e defendeu a aplicação do Gestão de Desempenho de Pessoas (GDP), que também só teve os critérios definidos recentemente, o que prejudica os empregados, por seu potencial excludente. A proposta foi negada pelos representantes dos trabalhadores. “Como os critérios da GDP não são objeto de discussão, não podemos aceitar sua aplicação integral na promoção por mérito”, lembrou o coordenador da representação dos empregados no GT, João Paulo Pierozan.

Uma nova reunião será marcada para a definição dos critérios. “Nós estamos muito preocupados com o curto prazo que temos para discutir. É importante lembrar que só temos tão pouco tempo por culpa exclusivamente da Caixa, que desmarcou várias reuniões desde setembro”, completou João Paulo.

Para o dirigente da Apcef/SP André Sardão, a atitude da Caixa mostra a incoerência do seu presidente, Pedro Guimarães, que sempre fala sobre a valorização dos empregados, mas não confirma este sentimento com atitudes. “A Caixa precisa reconhecer o trabalho de seus empregados, mesmo que isso reduza o bônus do alto escalão”, reforçou André.

Histórico – A forma de progressão no Plano de Cargos e Salários (PCS), junto com a promoção por antiguidade – que é devida ao empregado a cada dois anos -, a promoção por merecimento deixou de ser aplicada em 1996. Após 1998, a situação agravou-se, pois os empregados admitidos a partir desta data foram enquadrados em um novo PCS, que, na carreira administrativa, possuía apenas 15 referências.

Assim, a última referência do PCS, que seria alcançada pelo empregado somente após 30 anos de trabalho, considerando as promoções por antiguidade a cada dois anos e a ausência da promoção por merecimento, era apenas R$ 850 maior que a referência de ingresso na Caixa.

Em 2008 os empregados conquistaram a unificação dos PCS de quem foi admitido antes e depois de 1998, ampliando o teto e restabelecendo as promoções por merecimento.

O novo PCS, atualmente em vigência, conta com 48 referências, sendo a inicial (201) R$ 3.000,00 e a última (248) R$ 8.763, diferença de R$ 5.763 entre a referência final e a inicial. Considerando a concessão de um delta merecimento a cada ano e o delta por antiguidade a cada dois anos, o empregado pode alcançar o topo do novo PCS após 32 anos trabalhados na Caixa.

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