A representação dos empregados na mesa de negociação (CEE) pautou, na rodada da mesa permanente ocorrida quinta-feira (3/12), os constantes aumentos nas metas propostas pela empresa, especialmente na Rede, pelo vice-presidente Paulo Ângelo.

Os empregados sentem-se profundamente desrespeitados, já que o VP havia dito, em setembro, que não haveria qualquer mudança nos itens do Conquiste. Mas, desde o final de novembro, tem alterado a métrica, volume ou itens do sistema de acompanhamento de resultados.

A impressão dos empregados sobre o assunto é que o aumento nas metas foi feito de maneira deliberada pela empresa com o objetivo de justificar movimentos de retirada de função e restringir o pagamento do Bônus Caixa, programa de remuneração variável da empresa para o qual o presidente Pedro Guimarães havia prometido “surpresas”. 



A indignação dos empregados é generalizada, pois muitas unidades já haviam alcançado a Alta Performance. As alterações derrubaram a nota de todas as agências, e agora há uma cobrança desmedida para que os gestores se comprometam com objetivos que não são factíveis, já que estamos a poucos dias do final do ano, com muitas agências desfalcadas, inclusive em função de férias previamente programadas das equipes.

Os representantes da Caixa tentaram justificar a mudança nas metas alegando alterações do cenário macroeconômico, e fugiram do debate dos reflexos desse aumento das metas na vida funcional dos empregados dizendo que o tempo previsto para a reunião teria sido extrapolado.

“Os representantes de Pedro Guimarães e Paulo Ângelo na mesa de reunião alegaram que houve redução do ‘spread’ e aumento da inadimplência, o que comprometeu o resultado do banco e forçou o aumento nas metas. Os fatos, porém, demonstram o contrário. De acordo com o último balanço trimestral, de 9/2020, a inadimplência na Caixa caiu de 3,14%, ao primeiro trimestre do ano, para 1,87% ao fim do terceiro trimestre. Já a taxa Selim, que influencia no custo da captação, caiu de 4,25% a.a. em 5/2 para o nível atual de 2% a.a. As taxas cobradas dos clientes na contratação de créditos não reduziu na mesma proporção, o que demonstra que o ‘spread’ e, portanto, a rentabilidade, aumentaram. O presidente e o VP devem se preocupar, pois, dada a discrepância entre a afirmação dos prepostos e os fatos, parece que seus assessores não leem os relatórios da empresa”, esclarecwu o diretor-presidente da Apcef/SP. e Leonardo Quadros. “Cobramos da Caixa uma nova mesa que traga dados que correspondam à realidade e que discuta de maneira comprometida soluções para este problema que o VP causou com o aumento das metas, que é o impacto na vida funcional dos empregados. Nós não podemos ser penalizados por uma gestão que resolve alterar tudo a menos de um mês do final do ano”, finalizou.

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