Com o retorno da cobrança por metas, que havia sido suspensa entre março e junho, após reivindicação das entidades representativas, os empregados estão passando por situações extremamente delicadas.

O vice-presidente de Rede da Caixa, Paulo Henrique Ângelo, chegou a falar das agências atingirem o índice de 200% da meta em certos produtos. Recentemente, um aumento na margem consignável foi usado como justificativa para aumento absurdo nas metas, sob a alegação de mudança nas “condições de mercado”.

As mesmas condições de mercado são ignoradas pela direção da Caixa quando é cobrado dos empregados o aumento nas vendas de previdência, produto que é oferecido como aplicação financeira no balcão e que está com rentabilidade negativa.

Chama a atenção a incoerência da presidência do banco. Em evento recente, na agência-barco, o presidente Pedro Guimarães posou para fotos ao lado do presidente da República, transmitindo a imagem de que a prioridade da Caixa neste momento seria o atendimento da população que busca o Auxílio Emergencial.

O cenário real, para quem conhece o dia a dia do banco, é o oposto: mesmo com todas as SRs da SUV São Paulo “no azul”, em alta performance, frases como “o azul é o novo normal”, “vocês têm que estar todos ‘nas cabeças’” e “se vocês são bons mesmo, agora é hora de brigar pelo ranking”, são comumente ouvidas.

É evidente que o direcionamento dos esforços é para as “entregas” do Conquiste. Com isso, poucos empregados dão conta das filas, já que na prática a prioridade passou a ser os produtos. Assim, o atendimento das filas e a aplicação das medidas de prevenção conquistadas no início da pandemia são postas de lado. O resultado desta pressão são os empregados exauridos, o retorno das filas e o aumento do número de casos de coronavírus, que ficou evidente com a testagem sorológica.

Enquanto isso, mais uma vez, o presidente da Caixa faz política aparecendo ao lado do presidente da República.

Compartilhe: