A Caixa Econômica Federal, em balanço divulgado nesta quinta-feira (18), registrou um lucro líquido de R$ 3,2 bilhões no terceiro trimestre de 2021 (3T21)– um aumento de 69,7% em relação ao mesmo período de 2020. Nos nove primeiros meses de 2021, o lucro líquido foi de R$ 14,1 bilhões, com crescimento de 87,4% em comparação com o 3T20.

Segundo a Caixa, o resultado foi impactado pelo crescimento da margem financeira e da queda das despesas de provisão de crédito de liquidação duvidosa. A rentabilidade sobre o patrimônio líquido do banco (ROE) ficou em 19,8%, com crescimento de 5,6 pontos percentuais.

Apesar do aumento na comparação do terceiro trimestre deste ano com o de 2020, o resultado do período, de R$ 3,2 bilhões, foi 49,20% menor do que o segundo semestre deste ano, quando o banco obteve lucro líquido de R$ 6,3 bilhões. O número demonstra que o lucro de abril, maio e junho foi influenciado pela política de privatização e desinvestimento do banco, com a venda de ações da Caixa Seguridade (R$ 3,3 bilhões) e do Banco Pan (R$ 1,9 bilhão).

“Isto mostra que a estratégia do governo é inflar o lucro do banco com os ativos vendidos, dando a impressão de estar fortalecendo a Caixa. Na verdade, o governo está enfraquecendo o papel social e comprometendo o desempenho futuro da instituição, um patrimônio da população brasileira”, avaliou o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Sergio Takemoto.

Durante a divulgação do balanço, o presidente do banco, Pedro Guimarães, anunciou o fechamento da Caixa Participações (CaixaPar) já no próximo mês e reafirmou a intenção de abrir o capital da Caixa Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários (DTVM). A Asset é uma das partes mais estratégicas do banco, que apresentou lucro de R$ 2,1 bilhões em 2020.

O banco destacou o aumento na carteira de crédito, com saldo de R$ 842,3 bilhões em setembro de 2021 -crescimento de 11,2% em relação ao mesmo período de 2020. No trimestre, a Caixa concedeu R$ 118,1 bilhões em crédito – aumento de 8,5% em relação ao trimestre anterior.

Outros destaques do balanço

Crédito imobiliário – A Caixa continua o banco que mais financia a casa própria no País, com 66,3% de participação no mercado. No 3T21, o saldo de financiamento foi de R$ 542 bilhões. A contratação de crédito com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) aumentou 47,7% em comparação com o 3T20, totalizando R$ 24,2 bilhões. Nos nove meses do ano, o total chegou a R$ 61,6 bilhões – crescimento de 76,2%.

Benefícios sociais – No 3T21, a Caixa pagou R$ 67,3 bilhões em benefícios sociais como o Auxílio Emergencial, Benefício Emergencial de Manutenção do Emprego e Renda (BEm), Bolsa Família, Seguro-Desemprego, Abono Salarial, benefícios previdenciários e demais programas federais, estaduais e municipais de transferência de renda. Somente o Auxílio Emergencial somou R$ 22,7 bilhões no período, para 36 milhões de beneficiários.

Loterias –  As loterias arrecadaram R$ 4,2 bilhões no 3T2021 – 4,1% maior que o mesmo período de 2020. Deste valor, R$ 1,8 bilhão (43,7%) foi transferido para investimentos em educação, saúde, segurança, esporte e cultura.

Quadro de pessoal – De acordo com o balanço, a Caixa encerrou o 3T21 com 84.751 empregados. Vale lembrar que a Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Sest), em agosto deste ano, autorizou o banco público a contratar mais 3 mil funcionários, ampliando seu quadro de pessoal para 87.544. De acordo com um levantamento da Fenae, o banco não admitiu nem metade das contratações anunciadas em julho deste ano. O banco também registrou incremento de 537 mil novos clientes em um ano. Não houve alteração no número de agências, mas, foram abertos 102 postos de atendimentos, 393 unidades Caixa Aqui e 409 lotéricos em relação ao mesmo período de 2020.

Compartilhe: