Na sexta-feira, 17, ao anunciar a realização de novo Programa de Demissão Voluntária (PDV), a direção da Caixa Econômica afirmou que “o Programa é uma das medidas que integram a gestão do quadro de pessoal e está entre as ações de eficiência empresarial e de sustentabilidade dos negócios da Caixa”.

O limite para desligamento está estabelecido em 3,5 mil empregados. A adesão ocorrerá de 20 de maio a 7 de junho. O empregado deve estar em uma das seguintes condições:
– aposentado pelo INSS até a data do desligamento;
– apto a se aposentar pelo INSS até 31 de dezembro de 2019;
– com no mínimo 15 anos de efetivo exercício de trabalho na Caixa ou com adicional de incorporação de função gratificada até a data do desligamento;
– atender as regras estabelecidas na CI do Programa.

Para este PDV, o principal alvo da direção da Caixa são os admitidos até 1989, empregados com direito a licença-prêmio, muitos com função incorporada e vinculados aos planos de fundo de pensão da Funcef Reg/Replan Saldado e não Saldado.

Com o risco das mudanças na Previdência, por exemplo, quando será exigida a idade mínima, o empregado do Reg/Replan Não Saldado poderá sentir-se pressionado a aderir ao PDV neste momento.

Política da empresa

Após 2014, quando a Caixa atingiu o maior número de empregados em seu quadro funcional com 100.677 trabalhadores, a empresa passou a adotar política de recursos humanos inversa e reduzir pessoal. No balanço de 2018 apresentou total de 84.952, redução de 15.725 trabalhadores em quatro anos.

Em contrapartida, o número de clientes aumentou. Em 2014 eram 78,3 milhões, já em 2018, 14,3 milhões de novos correntistas, passando a atender 92,6 milhões de clientes.

Como consequência, a sobrecarga de trabalho, estresse laboral e a perda da qualidade de vida dos empregados do banco público. Pesquisa realizada pelo Instituto FSB Pesquisa, que ouviu dois mil empregados da Caixa entre os dias 2 e 30 de maio de 2018, revelou que 58% dos entrevistados se dizem sobrecarregados em seu trabalho.

Em 2018 o lucro da Caixa foi conquistado essencialmente pelo corte de despesa de pessoal, menos R$ 828 milhões; crescimento da receita com prestação de serviços e tarifas, mais R$ 1,778 bilhão; redução na provisão para devedores duvidosos, menos R$ 4,33 bilhões.

Em contrapartida ao anúncio do PDV, a direção da Caixa diz que vai contratar os concursados de 2014 “de acordo com a necessidade e estratégia da empresa”. A convocação se inicia a partir de 3 de junho, mas não se divulga a quantidade de empregados que serão contratados, nem para que áreas serão destinados.

Os empregados admitidos a partir de setembro de 2018 não terão direito ao Saúde Caixa.

As reclamações dos serviços prestados pela Caixa junto ao Banco Central cresceram fazendo com que a Caixa subisse de 5º para 3º banco com mais reclamações. Assim, a Caixa passou a chamar seus clientes para entender o ocorrido. “A redução de empregados dificulta o bom atendimento, a direção da Caixa se faz de desentendida”, diz o diretor da APCEf/SP, Edvaldo Rodrigues.

Palestras da APCEF/SP

Para auxiliar os empregados na decisão, a APCEF/SP irá promover dois encontros na sede administrativa da entidade, localizada à Rua 24 de maio, nº 208, 10º andar, República, São Paulo.

:: Dia 23 de maio, quinta-feira, das 18 às 20 horas;
:: Dia 1º de junho, sábado, das 9 às 13 horas.

Para participar é necessário inscrever-se pelo Departamento de Eventos no telefone (11) 3017-8339 ou e-mail convites@apcefsp.org.br.

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